Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes
5º Período/
Pedagogia
Acadêmica: Natana Fiore Fagundes Alves
Disciplina:
Estágio Curricular Super. Monitoria e
Docência Na
Educação Infantil/ Orient. de Monografia
Professora: Márcia Olidia
Projeto de Pesquisa
Aprendendo Matemática
Janaúba/2010
NATANA FIORE FAGUNDES ALVES
Projeto de Pesquisa
Aprendendo Matemática
Trabalho apresentado
em cumprimento parcial para obtenção de nota, na disciplina ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO MONITORIA E DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL/ ORIENTAÇÃO DE
MONOGRAFIA, do curso de Pedagogia, da Universidade Estadual de Montes Claros.
Campus-Janaúba.
Professor: Márcia
Olidia.
Janaúba/2010
Sumário
Tema.................................................................................................................04
1- Introdução.....................................................................................................04
2- Problema.......................................................................................................04
3-
Objetivos.......................................................................................................04
3.1- Geral..........................................................................................................04
3.2- Específicos................................................................................................04
4- Hipóteses.....................................................................................................05
5- Justificativa...................................................................................................05
6- Referencial Teórico......................................................................................07
7- Referências
Bibliográficas...........................................................................15
Tema:
Aprendendo Matemática
1-
Introdução
No intuito de conhecer os principais fatores que
desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos do 4º ano da Escola Estadual
Clara Menezes Dias a aprender matemática que desenvolvo o projeto de pesquisa “Aprendendo
Matemática”.
Em nenhum momento se pretende apontar culpados pelas
dificuldades enfrentadas nessa área de ensino, mas pretende-se analisar algumas
das condições nas quais as dificuldades de aprendizagem ocorrem. Assim,
espera-se que de alguma forma essa pesquisa possa auxiliar os educadores e
educandos a construírem novos caminhos para o ensino da matemática.
2- Problema
Quais são os fatores que
desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos do 4º ano a aprender
matemática?
3- Objetivos
3.1- Geral
Conhecer
os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos a
aprender matemática.
3.2- Específicos
. Resgatar a história da Matemática.
.
Identificar a
importância da matemática.
.
Identificar a
importância do conhecimento dos fatores que dificultam a aprendizagem dos
alunos.
. Identificar metodologias que
proporcionam o aprendizado dos alunos em matemática.
4- Hipóteses
Supõe-se
que as dificuldades dos alunos em aprender matemática estão relacionadas com as
metodologias de ensino utilizadas que em geral não os motivam, não interagem
com a realidade e não os colocam como agentes construtores de resultados e
conceitos matemáticos e ainda a falta de base do aluno, falta de assistência em
casa pelos responsáveis e preguiça de ler e interpretar por parte dos alunos.
5- Justificativa
A matemática é a ciência
que tem como objetivo determinar as medidas, propriedades e relações de quantidade
e grandeza. Dessa forma, ela estimula o nosso raciocínio lógico e dedutivo,
permitindo o encontro de soluções de determinadas situações-problema no nosso
dia-a-dia.
Aprender matemática é de
suma importância para o ser humano, pois por meio dela podemos formar cidadãos
mais críticos e participativos na sociedade na qual fazem parte. Nessa
perspectiva, aprender matemática é construir diferentes estratégias de
resolução de problemas assim como compreender diferentes conteúdos matemáticos
necessários para se resolver problemas. Dessa forma, a matemática deve ser
vista como uma dentre tantas outras estratégias criadas pelos homens para
entender e explicar sua realidade, para tomar decisões baseadas na
interpretação desta realidade, implica em encarar seu ensino como um modo de possibilitar
aos alunos espaços de discussões sobre diferentes temas de interesse dos mesmos
sobre suas realidades. Espaços estes em que os conteúdos matemáticos possam ser
utilizados pelos alunos para os mesmos interpretarem, refletirem, preverem e
intervirem na realidade.
Desde as series iniciais
do ensino fundamental é importante o conhecimento matemático na realidade dos
alunos. Por exemplo, uma criança quando entende as operações aritméticas,
torna-se capaz de encarar as movimentações financeiras de sua realidade, como o
troco da passagem de ônibus ou do supermercado. E a medida que o aluno avança
dentro do ensino fundamental, torna-se cada vez mais amplo o campo de aplicação
do conhecimento matemático em seu cotidiano; tendo-se em vista que um aluno do
ensino médio tendo em mente os conceitos de funções, torna-se apto, por
exemplo, a construir uma planilha de gastos e receitas em sua casa, o que sem
dúvida contribui muito no planejamento do orçamento doméstico.
A matemática também pode transformar-se em uma importante ferramenta de mudança social, pois partindo do pressuposto que o aluno assimilou o conhecimento matemático ele é capaz de contextualizá-lo. Por exemplo, um aluno do ensino médio é capaz de compreender o que representa para o país os juros da dívida externa, o saldo da balança comercial, a divisão do orçamento público. E de posse desse conhecimento, tem-se a construção de um senso crítico capaz de questionar as lideranças políticas do país.
A matemática também pode transformar-se em uma importante ferramenta de mudança social, pois partindo do pressuposto que o aluno assimilou o conhecimento matemático ele é capaz de contextualizá-lo. Por exemplo, um aluno do ensino médio é capaz de compreender o que representa para o país os juros da dívida externa, o saldo da balança comercial, a divisão do orçamento público. E de posse desse conhecimento, tem-se a construção de um senso crítico capaz de questionar as lideranças políticas do país.
Assim, a matemática deve
ser ensinada desde as séries iniciais, com o objetivo de formar cidadãos que
frente a obstáculos e problemas que utilizam argumentos matemáticos, saibam
agir conscientemente e ativamente, de modo a exigir seus direitos e intervir
quando necessário. Todavia, encontramos, dentro das escolas resultados
insatisfatório obtidos pelos alunos nessa disciplina nos diversos níveis de
ensino. Pois, o ensino da matemática nas
escolas não se dá de forma satisfatória, deixando muito a desejar, existindo
uma lacuna entre a matemática escolar e
a matemática praticada no cotidiano do aluno.
A aprendizagem da matemática, junto com a
leitura e a escrita, constituem os maiores desafios dos alunos nos primeiros
anos de escolaridade. Podemos encontrar, mais eventualmente, alunos que, apesar
de seus esforços, não conseguem superar tais dificuldades, apresentando
dificuldades persistentes e, que em maior grau, podem caracterizar um
transtorno de aprendizagem.
Por isso, se torna fundamental conhecer os fatores que dificultam os alunos a
aprender matemática. O conhecimento desses fatores ajudarão os pais,
professores e a equipe escolar a encontrar caminhos que contribuam para o
desenvolvimento dos alunos nessa disciplina.
Em várias ocasiões os
profissionais que trabalham com a criança não levam em consideração as
dificuldades reais de aprendizagem e toda a complexidade que supõe. Muitos
profissionais estão longe de conhecer os fatores e requisitos cognitivos,
motores e psicológicos que são necessários para que se produza a aprendizagem
favorável a matemática e, por isso, não atendem a essas dimensões no processo
educativo.
Normalmente, a
dificuldade de aprendizagem, principalmente em matemática, é assunto pouco
explorado nas escolas. Assim, é preciso levar o tema para dentro dela, não como
assunto casual, mas de forma permanente, levando em conta as diversas dimensões
da vida do aluno.
Na concepção pedagógica, todo
ser humano é capaz de aprender, mas, a otimização e aplicação desse saber,
necessita de estratégias diferenciadas e específicas. Cabe aos professores, mediarem o
acesso ao conhecimento da matemática da forma mais prazerosa possível, para que
os alunos sejam estimulados a aprender com prazer e não por obrigação. Assim, torna-se evidente a importância da matemática no cotidiano
dos alunos, mas aquela velha resposta que a matemática serve para desenvolver o
raciocínio já não consegue persuadir os alunos sobre a importância da
disciplina.
Dessa forma, os alunos precisam de uma Matemática que os ajude na solução dos seus problemas, independentemente de sua natureza.
Dessa forma, os alunos precisam de uma Matemática que os ajude na solução dos seus problemas, independentemente de sua natureza.
Portanto, o
conhecimento dos principais fatores que dificultam os alunos a aprender
matemática, contribuirá para uma ação pedagógica que vise motivar o aluno a
aprender e a se desenvolver de maneira prazerosa e eficaz. Assim, formará
cidadãos que frente a obstáculos e problemas que utilizam de argumentos
matemáticos, saibam agir consciente e ativamente, de modo a exigir seus
direitos e intervir quando necessário.
6- Referencial Teórico
Educar é promover o desenvolvimento da capacidade
intelectual, moral e física de alguém ou de si mesmo, voltada não somente para
a instituição escolar, mas para a educação em sociedade. “ Não há uma forma
única nem um único modelo de educação, a escola não é o único lugar onde ela
acontece e talvez nem seja o melhor” (BRANDÃO,1985, p.9). A educação é um
processo contínuo, onde os indivíduos estão em constante aprendizagem, mas
ainda é necessário que se tenha uma educação institucionalizada com conteúdos
sistematizados como acontece na escola, que tem como principal função formar
cidadãos pensantes. Ela ocorre de maneiras diferentes, podendo ser uma forma de
tornar comum o saber ou apenas uma produção e reprodução de cultura entre
povos. Assim, a educação é um dos fatores que influenciam o homem a evoluir.
Nos povos primitivos o homem utilizava suas práticas para
buscar meios de sobrevivência, vivia de caça, pesca e do que pudesse retirar da
natureza. Com o passar do tempo o homem, que era predador, necessitava de ter
noções de mais/menos, maior/menor, muito/pouco e vários outros conceitos. Aos
poucos o homem passou a qualificar objetos na tentativa de organizar suas
práticas, facilitando assim o trabalho. A partir desse contexto histórico o
homem passou a perceber a necessidade de criar símbolos ou formas de
representar idéias abstratas, o intuito era de ter controle maior do rebanho e
da produção, onde segundo Guelii (2000), estes homens que usavam símbolos
começaram a sentir necessidade de expressar uma parte do calculo em números, o
que propiciou o surgimento de algumas operações.
A questão da
necessidade do homem em criar símbolos é abordada por Centurión (1995, p.16) ao
comentar:
A
limitação da capacidade de percepção de grandes quantidades foi um obstáculo
que o homem teve de ultrapassar para saber, por exemplo, quantas ovelhas havia
em um rebanho. Ele fazia a correspondência um-para-um, colocando uma marca para
cada ovelha, mas não conseguia distinguir uma grande quantidade de marcas.
Dessa forma, o ser humano começava a avançar para um
ambiente novo no qual buscaria se adaptar.
No período de 1800 a 1500 a .C a matemática foi se expandindo pela
Judéia, Roma, Grécia e, principalmente, pelo Egito, local onde se encontrou os
primeiros registros, tornando-se possível fazer análises sobre a utilização sistemática
do conhecimento matemático. Segundo D’ Ambrosio (2000), foi no Egito também que
se fundamentaram os métodos de indução e experimentação. Partindo desta
necessidade é que os gregos fizeram a sistematização lógica das operações
formais.
Contudo, foi somente no século III a.C. que se obteve o
surgimento do sistema de numeração romano, sistema esse mais eficaz, onde,
segundo historiadores, tinha uma prática e era utilizada pela elite na produção
de grandes construções.
Ao longo do tempo, os matemáticos perceberam a utilidade
da aplicação daquela ciência na vida cotidiana de um povo. Eles acreditavam
que, qualquer problema poderia se resolver com as descobertas realizadas, mas
não sabiam que a matemática ainda estava em processo de construção e que, depois
disso, muitas descobertas apareceriam com outros matemáticos, como Tales de
Mileto (625-547 a .C)
e Pitágoras de Samos (560-480
a .C.).
A opção pelo estudo da matemática aparece ainda na
Antiguidade, onde os jovens discípulos poderiam escolher duas possíveis
formações: ser matemático ou ser contador- desde que dedicassem ao estudo desta
ciência por um período de dez anos, mas teriam que, de qualquer forma, aprender
a matemática, mesmo sob pressão; pois se eles não aprendessem seriam submetidos
a castigos. Esse modo rígido que eles teriam que suportar, era como se os
castigos pudessem mesmo abrir os ouvidos do estudante e nesse período o ensino
a matemática era baseado em castigos, decorebas e o conteúdo não tinha nenhum
vínculo com a realidade.
A matemática chegou ao Brasil através dos jesuítas,
homens que vinham com a missão de catequizar e ensinar a população brasileira
formada pelos índios. Atualmente, com as novas tecnologias da comunicação e da
informatização, a educação e principalmente o ensino da matemática ganharam
novos rumos.
Segundo D’
Ambrosio (2000) a matemática é uma estratégia desenvolvida ao longo da história
para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade e com o
seu imaginário dentro de um contexto natural e cultural. Dessa forma, foram
surgindo, ao longo do tempo, novas concepções relacionadas à matemática,
contudo predomina ainda o seu ensino tradicional: ciência concebida como algo
pronto, estático, baseando somente em cálculos prontos e acabados
(BERTONI,1989).
Para D’ Ambrosio (1999) os conteúdos e métodos de
educação precisam ser desenvolvidos para servir as necessidades básicas de
aprendizagem dos indivíduos e da sociedade, proporcionando-lhes o poder de
enfrentar seus problemas mais urgentes e permitindo que assumam seu papel por
direito na construção de sociedades democráticas e no enfraquecimento de sua
herança cultural.
Nos últimos anos, os altos índices de reprovação na
disciplina de matemática, deixam claro que este ensino não está sendo bem
trabalhado, seja pela falta de formação profissional qualificada, más condições
de trabalho, ausência de políticas públicas educacionais, que por sua vez tem
uma grande parcela de responsabilidade pela estruturação do ensino da
matemática tanto do ponto de vista dos cursos de formação de professores quanto
dos elementos que fazem o ensino acontecer no cotidiano das escolas. Os dados
obtidos pelo SAEB- Sistema Nacional de Avaliação Escolar da Educação Básica –
constata que, a cada ano que passa, o rendimento escolar quanto ao ensino da
matemática se agrava cada vez mais. Esta pesquisa faz referência a dados
coletados nos anos de 1995 a
2005, onde pôde-se observar o baixo percentual no desempenho dos alunos na
disciplina de matemática no decorrer dos anos analisados.
O ensino é uma
atividade que está mais voltado á teoria do que a prática, e a matemática é
vista como forma desvinculada da realidade. Pois trabalha matemática pela
matemática, sem considerar sua evolução, a importância dela para a compreensão
da vida e nem é valorizado a experiência que o aluno traz. O ensino fica
vinculado a tabuada e a fórmulas para a resolução de questões consideradas
difíceis. Com isso, desestimula o desejo natural do aluno em conhecer,
investigar e criar seu próprio pensamento. Segundo Freire (1996) a conseqüência
desse ensino é que o aluno acumula cada vez mais dúvidas, incertezas e temores.
A matemática sempre foi tratada como matéria difícil e
acessível para poucos. Com isso, muitos alunos sentem um certo medo ou receio á
disciplina, provocando dificuldades no aprendizado do aluno nessa disciplina.
Segundo Pais(2006):
É
preciso buscar dinâmicas apropriadas para intensificar as possibilidades de
interação do aluno com o conhecimento. A ênfase dessa idéia é dada à
valorização das ações do aluno, porque envolve conceitos, proposições,
problemas e afasta a concepção de que o saber matemático está preelaborado e
pode ser transmitido para o aluno. Fazer matemática é uma atividade oposta às
práticas da reprodução, as quais consistem em conceber a educação escolar como
um exercício de contemplação do mundo cientifico, de onde vem a idéia de
transmissão de conhecimentos. Nessa linha de reprodução de conhecimento, o
aluno é levado a fazer cópias, repetir definições e treinar padrões. Essa
pedagogia de reprodução é um equívoco, ainda mais quando se pretende oferecer
condições para que o aluno possa participar do cenário tecnológico, onde as
maquinas digitais, cada vez mais, passam a fazer parte das tarefas mecanizadas.
Assim, fazer matemática e reproduzir matemática exige
tanto do aluno quanto do professor, esforços bem distintos. A sala de aula
precisa se tornar um ambiente de aprendizagem em que os próprios alunos
constroem conhecimentos sobre determinados conteúdos matemáticos e sobre a
realidade que os cerca.
O objetivo do ensino da matemática nas séries iniciais é
abordada por Duval (2003) ao comentar:
O
objetivo do ensino da matemática, em formação inicial, não é nem formar futuros
matemáticos, nem dar aos alunos instrumentos que só lhe serão eventualmente
úteis muito mais tarde, e sim contribuir para o desenvolvimento geral de suas
capacidades de raciocínio, de análise e de visualização.
Então, um dos objetivos da Educação Matemática, é
contribuir no desenvolvimento intelectual do aluno, para que ele expresse suas
competências de formular hipóteses, fazer estimativas, realizar cálculos
mentais, estabelecer relações, organizar e interpretar dados, resolver e propor
problemas, observar regularidades, generalizar ou particularizar informações, entre
outras.
A aprendizagem é um processo de transformação onde os
seres adquirem novos conhecimentos, desenvolve habilidades e mudanças de
comportamentos. E para que essa aprendizagem ocorra, é necessário que haja
interatividade, participação e intervenção tanto por parte do educador quanto
do educando e para isso é necessário que a escola entenda seu papel social e
sua função numa sociedade de grupos muito diversificados. Ao invés da escola
impor um pensamento, ela deve dar a oportunidade para a criança construir seu
próprio conhecimento. Dessa forma, é preciso criar alternativas pedagógicas
para o ensino e aprendizagem da Matemática. Uma das alternativas é o trabalho
com o lúdico, com jogos e brincadeiras. Para Teixeira (1995):
O
lúdico apresenta dois elementos fundamentais que o caracterizam; o prazer e o
esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de
absorver o individuo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo.
Os
métodos transmissores de conteúdo, utilizados pela escola e pelo professor,
reduz o aluno a mero receptor. Fazendo com que a aprendizagem se processe
através da memorização, repetição mecânica dos conteúdos; não permitindo a
construção do raciocínio-reflexivo. Pois a aprendizagem não vem só da experiência
e nem está pré-formada na mente, mas ela acontece na interação entre o
indivíduo que aprende e o objeto ou conteúdo a ser aprendido. A forma como se
trabalha os conteúdos da disciplina de matemática podem causar dificuldades nos
alunos em aprender matemática.
A questão do fracasso escolar é abordada por
Micotti (1999, p157) ao comentar:
As dificuldades ou
fracassos, em geral, são vistos como decorrentes de empecilhos, de algum modo,
vinculados ao aluno- “falta de base” ou de condições para aprender, problemas
familiares, deficiência mental ou cultural etc.
Dessa forma, supõe-se que as dificuldades dos
alunos em aprender matemática estão relacionadas com as metodologias de ensino
utilizadas que em geral não os motivam, não interagem com a realidade e não os
colocam como agentes construtores de resultados e conceitos matemáticos e ainda
a falta de base do aluno, falta de assistência em casa pelos responsáveis e
preguiça de ler e interpretar por parte dos alunos. Por isso, é grande a
necessidade de se repensar as metodologias de ensino, analisando as
particularidades de cada aluno.
Segundo
o documento Conteúdos Básicos para o Ensino fundamental (1993), é necessário
uma metodologia diferente no ensino da Matemática, sugerindo maneiras de levar
o aluno a pensar em algo concreto conduzindo o aluno a trazer para o plano real
os problemas matemáticos, existentes apenas no plano abstrato. Assim, os jogos
e brincadeiras proporcionados adequadamentes
contribuem na aprendizagem da matemática. Dentre as contribuições dos
jogos para a aprendizagem, Borin (2002) apresenta a descentralização e o
desenvolvimento da linguagem, criatividade e raciocínio dedutivo. Para a
autora, quando a criança joga, precisa entender o ponto de vista do seu
adversário para tomar a decisão quanto a sua jogada. Saber expressar-se
utilizando a linguagem matemática presente na atividade é condição para
explicar uma ação ou apenas trocar informações. Segundo a autora,
Todas as habilidades
envolvidas neste processo, que exigem tentar, observar, analisar, conjecturar,
verificar, compõe o que chamamos de raciocínio lógico, que é uma das metas
prioritárias do ensino da Matemática e característica primordial do fazer
ciência (BORIN,2002, p. 9).
Revendo
o papel do professor os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), vem falar que
o professor deve passar de transmissor para organizador da aprendizagem,
mediando e identificando as competências desenvolvidas pelos alunos. E para que
isso ocorra, é necessário que o aluno aprenda por prazer. Para que o aluno seja
construtor de conhecimentos, a escola e professores devem proporcionar um
ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, discutir, perguntar e
ampliar suas idéias sobre o mundo que os envolve, deixando que eles desenvolvam
sua aprendizagem de acordo com a capacidade de cada um e o professor passaria a
auxilia-lo nessa constante construção de conhecimentos. Os professores que
querem trabalhar com essa nova maneira de ensino, sem medos e receios, devem
analisar criticamente os conteúdos adotados e as diversas maneiras de
trabalhá-lo. Além disso, deve-se
aprofundar sobre os fatores que interferem na dificuldade de aprendizagem dos
alunos, para que a matemática seja vista com bons olhos por todos os alunos e
estejam ao seu alcance. Sabemos que o processo de ensino não é fácil e exige
muito daqueles que abraçam essa profissão, e muitas vezes encontram-se no
caminho inúmeras barreiras: educacionais, estruturais, políticas e pessoais.
Mas, para que ocorra mudanças é necessário ultrapassar essas barreiras e, para
tal, alguém tem que dar o primeiro passo, pois ficar de braços cruzados
esperando que os outros façam aquilo que é da competência da escola,
professores, diretores e demais envolvidos, não será a melhor alternativa. É
preciso que as instituições escolares se unam, lutando pelos seus direitos e
melhores condições de trabalho.
Para
que as dificuldades de aprendizagem dos alunos sejam liquidadas é necessário
uma nova metodologia para se trabalhar com a disciplina da matemática,
analisando as dificuldades e potencialidades de cada aluno e aproveitando o
saber que cada aluno trás de suas experiências cotidianas e que podem ser
aproveitados quando se trabalha os conteúdos. Pois não se pode permitir que uma
ciência tão rica como a matemática, nem qualquer outro conhecimento, passe na
experiência do aluno sem deixar algo produtivo para sua vida .
7- Referências Bibliográficas
BERTOLI, Nilza Eigenheer. A Função
dos Conteúdos de Matemática Na Formação do Cidadão Brasileiro. IN MEC.
Currículo da escola de 1º grau 2/1989 - FALAS E DEBATES. BRASÍLIA, 1989.
BORIN, Julia. Jogos e resolução de
problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. 4. ed. São Paulo:
IME/USP, 2002.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é
Educação. São Paulo, SP: Abril Cultural Brasiliense, 1985.
CENTURIÓN, Marília. Números e
Operações. São Paulo, SP: Scipione. 1995.
D’ AMROSIO, Ubiritan. A história da
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matemática. In: BICUDO, Maria A. Viggiai (org). Pesquisa em Educação Matemática.
São Paulo, Sp: Unesp,1999.
D’ AMBROSIO, Ubiritan. Educação
Matemática: Teoria à Pratica. Campinas, SP: Papirus, 2000.
DUVAL, Raymond. Registros de
representações semióticas e funcionamento cognitivo da compreensão em matemática. In :
MACHADO, Silvia Dias Alcântara. Aprendizagem em matemática: registros de
representação semiótica. Campinas: Papirus, 2003. p. 11-34.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da
Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, SP: Paz e
Terra, 1996.
GUELLI, Oscar A. Neto. Contando a
História da Matemática. São Paulo, SP: Ática.2000.
MICOTTI, Maria Cecília de Oliveira. O
ensino e as propostas pedagógicas. In BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. Pesquisa
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PAIS,
Luiz Carlos. Ensinar e aprender matemática.Belo Horizonte:
Autentica,2006.
TEIXEIRA,
Carlos E. J. A luicidade na escola. São Paulo: Loyola, 1995.
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