quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

MONOGRAFIA"O OLHAR DOCENTE SOBRE OS PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM E PREDISPÕEM A DIFICULDADE DOS ALUNOS EM APRENDER MATEMÁTICA"



UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
Centro de Ciências Humanas – CCH
Departamento de Estágios e Praticas Educacionais – DEPE
 Curso de Pedagogia


Natana Fiore Fagundes Alves













O OLHAR DOCENTE SOBRE OS PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM E PREDISPÕEM A DIFICULDADE DOS ALUNOS EM APRENDER MATEMÁTICA



















Janaúba – MG
Junho/2012


Natana Fiore Fagundes Alves











O OLHAR DOCENTE SOBRE OS PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM E PREDISPÕEM A DIFICULDADE DOS ALUNOS EM APRENDER MATEMÁTICA









Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Montes Claros, como exigência para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia.


Orientadora: PROFESSORA ANNE GRACIELLY ALVES SOARES - ESPECIALISTA









Janaúba – MG
Junho/2012

Natana Fiore Fagundes Alves




O OLHAR DOCENTE SOBRE OS PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM E PREDISPÕEM A DIFICULDADE DOS ALUNOS EM APRENDER MATEMÁTICA


Monografia apresentado ao Curso de Pedagogia, da Universidade Estadual de Montes Claros como exigência para obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia.

Membros:

_____________________________________________________________________
Orientadora: PROFESSORA ANNE GRACIELLY ALVES SOARES



_____________________________________________________________________
PROFESSORA. SIMONE DE SOUSA BARBOSA E SILVA - Convidada e Coordenadora de TCC – Departamento de Estágios e Práticas Escolares - CCH/Unimontes.








Janaúba – MG
Junho/2012



Dedico este trabalho a todos os Educadores, que se empenham na luta diária a favor da aprendizagem de seus alunos, atuando de maneira significativa diante das dificuldades de aprendizagem.


AGRADECIMENTOS



A Deus por ser meu eterno companheiro nos momentos de alegria e de angustia.
A minha família, por compreender os momentos de nervosismo e por todo amor e dedicação prestados a mim.

A minha orientadora, Anne Alves, pela paciência, confiança e incentivo na condução e realização deste trabalho.

Aos meus amados colegas pela convivência e troca de informações durante esses quatro anos de caminhada.

Aos mestres, pelo exemplo profissional, pelo incentivo e pelo direcionamento, em especial a minha ex-orientadora Márcia Olidia pelo apoio e por acreditar em minha capacidade.

Às instituições de ensino e seus sujeitos, que enriqueceram minha formação enquanto educadora; a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização do presente estudo. Meu eterno agradecimento.















Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro. D. Pedro II


RESUMO
           

O estudo em questão tem como tema “O olhar docente sobre os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática” e busca investigar os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola X de Jaíba-MG em aprender matemática. Para o embasamento teórico desta pesquisa foram utilizados vários autores tais como: Brasil (1997), D’ Ambrosio (2000), Micotti (1999), Pais (2006), Rivière (1995), entre outros. Os sujeitos da pesquisa foram quatro docentes e duas supervisoras, os dados foram coletados através de questionários e após a coleta esses foram analisados e catalogados. Esta pesquisa se justifica pela importância do tema, pois o conhecimento dos principais fatores que dificultam os alunos a aprender matemática, contribuirá para uma ação pedagógica que vise motivar o aluno a aprender e a se desenvolver de maneira prazerosa e significativa. Sabe-se que este tema é um dos mais debatidos na atualidade. É um assunto complexo que exige muito conhecimento por parte do educador para auxiliar seus alunos, já que as causas dessas dificuldades são provenientes de vários fatores. Na pesquisa verificamos que os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos a aprender matemática estão interligados com as metodologias de ensino trabalhadas em sala de aula que não os motivam, não interagem com a realidade e não os colocam como agentes construtores de resultados e conceitos matemáticos.

Palavras-Chave: Matemática, dificuldade, aluno, aprendizado, professor.










ABSTRACT

The study in question has the theme "Look teacher of the factors that trigger and predispose the difficulty of students to learn mathematics" and seeks to investigate the main factors that trigger and predispose the difficulty of students in 4th grade of elementary school School X of the MG-Jaíba in learn mathematics. For the theoretical background of this research were used several authors such as: Bacquet (2002), Brazil (1997), D 'Ambrosio (2000), Micotti (1999), Pais (2006), Riviere (1995), among others. The subjects were four teachers and two supervisors, data were collected through questionnaires and collected after these have been analyzed and cataloged. This research is justified by the importance of the issue, because knowledge of the main factors that hinder students learn mathematics, contribute to an educational action aimed at motivating students to learn and develop so enjoyable and meaningful. It is known that this issue is one of the most debated today. It is a complex subject that requires too much knowledge on the part of educators to help their students, since the causes of these difficulties are due to several factors. In the survey found that the main factors that trigger and predispose the difficulty of students to learn mathematics are intertwined with the teaching methods worked in the classroom that does not motivate them, do not interact with reality and not the agents posing as builders and results mathematical concepts.

Keywords: Math, difficulty, student learning, teacher.





SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................
10
CAPITULO I - CONSTRUÇÕES TEÓRICAS SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA.....................................................................................................................
12
1.1 Resgatando a história da Matemática..................................................................
12
1.2 O Ensino da Matemática no Brasil.....................................................................
13
1.3 Principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática................................................................................................................

18
1.4 Metodologias que proporcionam o aprendizado dos alunos em matemática...............................................................................................................................

22
1.4.1 Resolução de Problemas.................................................................................
22
1.4.2 História da Matemática....................................................................................
24
1.4.3 Tecnologias da Informação..............................................................................
25
1.4.4 Jogos Matemáticos..........................................................................................
26
1.5 O uso da Matemática nas Práticas Sociais..........................................................
27
CAPITULO 2 - O OLHAR DOCENTE SOBRE OS PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM E PREDISPÕEM A DIFICULDADE DOS ALUNOS EM APRENDER MATEMÁTICA.............................................................................................


31
2.1 O Ambiente da Pesquisa.....................................................................................
31
2.2 Metodologia da Pesquisa....................................................................................
32
2.3 Análise dos dados................................................................................................
34
2.4 Relatando a observação da prática docente na escola “X”.................................
34
2.5 Primeira Etapa do Questionário: “Identificação e formação acadêmica dos docentes P1, P2, P3 e P4”.......................................................................................................

36
2.6 Segunda Etapa do Questionário: “A experiência docente”..............................
37
2.7 Terceira Etapa do Questionário: “A prática metodológica dos docentes em relação à dificuldade de aprendizagem dos alunos em Matemática”......................................

38
2.8 A formação da supervisora “S1” e “S2” e a prática docente das professoras “P1”, “P2”, “P3”e “P4”, nas aulas de Matemática.................................................................

45
CONCLUSÃO........................................................................................................................
48
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................
50
ANEXOS.................................................................................................................................
53



INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem as suas raízes em uma trajetória pessoal e profissional que provocaram o desejo de conhecer os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática, e de contribuir para uma melhoria na aprendizagem dos alunos.
O interesse por esse tema foi despertado no estágio de docência nas series iniciais do Ensino Fundamental, onde foi possível observar que a maioria dos alunos manifestavam dificuldades quanto à resolução de atividades acerca dessa disciplina.
Esta pesquisa tem como objetivo investigar os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola X de Jaíba-MG em aprender matemática. Os sujeitos da pesquisa foram quatro docentes e dois supervisores, os dados foram coletados através de questionários e após a coleta esses foram analisados e catalogados. Também foi realizada uma observação na qual se relata sobre a caracterização da escola pesquisada e a observação da prática docente dentro da sala de aula diante do aprendizado dos alunos nos conteúdos matemáticos.
A pesquisa em questão utiliza como embasamento teórico vários autores como: Brasil (1997), D’ Ambrosio (2000), Micotti (1999), Pais (2006), Rivière (1995) entre outros. O tema é de suma importância social, pois atualmente a dificuldade de aprendizagem em Matemática tem sido foco de muitas discussões entre pesquisadores e profissionais da educação. É um assunto complexo que exige muito conhecimento por parte do educador para auxiliar seus alunos, já que as causas dessas dificuldades são provenientes de vários fatores.
A problematização que norteou esta pesquisa foi: quais os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola X de Jaíba-MG em aprender matemática?
Nessa sociedade contemporânea é exigido muito mais do que saber somar ou subtrair, é necessário saber fazer uso dessas habilidades e saber resolver os problemas do dia a dia através da matemática.
A pesquisa em questão está dividida em dois capítulos; o primeiro capítulo aborda a história da matemática desde seu surgimento até sua chegada no Brasil; comentando sobre seus progressos e regressos em que se faz um levantamento sobre os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática. Em seguida são apresentadas algumas Metodologias que proporcionam o aprendizado dos alunos em matemática e ressalta-se também o uso da Matemática nas Práticas Sociais. No segundo capítulo, apresenta-se a análise e interpretação dos dados coletados através dos questionários, como instrumento de pesquisa aplicado às supervisoras e às professoras do 4º ano do Ensino Fundamental em relação aos principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática.
Em nenhum momento se pretende apontar culpados pelas dificuldades enfrentadas pelos alunos em aprender matemática, mas muito modestamente analisar alguns fatores que contribuem para essas dificuldades. Espera-se, que de alguma forma, esta pesquisa possa auxiliar os educadores e educandos a construírem novos caminhos para o ensino e aprendizagem da matemática.




































CAPÍTULO I


CONSTRUÇÕES TEÓRICAS SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA



1.1   Resgatando a história da Matemática



A educação é um processo contínuo, na qual os indivíduos estão em constante aprendizagem. Segundo Ferreira (2001, p. 251), “Educar é promover o desenvolvimento da capacidade intelectual, moral e física de alguém ou de si mesmo”, voltada não somente para a instituição escolar, mas para a educação em sociedade.
Para que os conhecimentos adquiridos no decorrer dos anos sejam aprendidos e aprimorados pelas novas gerações, fez-se necessária uma educação institucionalizada com conteúdos sistematizados como acontece na escola, que tem como principal função formar cidadãos pensantes. Ela ocorre de maneiras diferentes, podendo ser uma forma de tornar comum o saber ou apenas uma produção e reprodução de cultura entre povos. Assim, a educação é um dos fatores que influenciam o homem a evoluir.
Nos povos primitivos, o homem utilizava suas práticas para buscar meios de sobrevivência, vivia de caça, pesca e do que pudesse retirar da natureza. Com o passar do tempo, o homem, que era predador, necessitava de ter noções de mais/menos, maior/menor, muito/pouco e vários outros conceitos. Aos poucos o homem passou a qualificar objetos na tentativa de organizar suas práticas, facilitando assim o trabalho. A partir desse contexto histórico, o homem passou a perceber a necessidade de criar símbolos ou formas de representar ideias abstratas cujo intuito era de ter controle maior do rebanho e da produção. Conforme Guelii (2000), esses homens que usavam símbolos começaram a sentir necessidade de expressar uma parte do cálculo em números, o que propiciou o surgimento de algumas operações.
 A questão da necessidade do homem em criar símbolos é abordada por Centurión (1995, p.16) ao comentar:

A limitação da capacidade de percepção de grandes quantidades foi um obstáculo que o homem teve de ultrapassar para saber, por exemplo, quantas ovelhas havia em um rebanho. Ele fazia a correspondência um-para-um, colocando uma marca para cada ovelha, mas não conseguia distinguir uma grande quantidade de marcas.

Dessa forma, o ser humano começava a avançar para um ambiente novo ao qual buscaria se adaptar.
No período de 1800 a 1500 a.C, a matemática foi se expandindo pela Judeia, Roma, Grécia e, principalmente, pelo Egito, local onde se encontraram os primeiros registros, tornando-se possível fazer análises sobre a utilização sistemática do conhecimento matemático. Segundo D’ Ambrosio (2000), foi no Egito também que se fundamentaram os métodos de indução e experimentação. Partindo dessa necessidade, os gregos fizeram a sistematização lógica das operações formais. Contudo, foi somente no século III a.C. que se obteve o surgimento do sistema de numeração romano, sistema este mais eficaz, onde, segundo historiadores, tinha uma prática e era utilizada pela elite na produção de grandes construções.
Ao longo do tempo, os matemáticos perceberam a utilidade da aplicação daquela ciência na vida cotidiana de um povo. Eles acreditavam que qualquer problema poderia se resolver com as descobertas realizadas, mas não sabiam que a matemática ainda estava em processo de construção e que, depois disso, muitas descobertas apareceriam com outros matemáticos, como Tales de Mileto (625-547 a.C) e Pitágoras de Samos (560-480 a.C.).
A opção pelo estudo da matemática aparece ainda na Antiguidade, quando os jovens discípulos poderiam escolher duas possíveis formações: ser matemático ou ser contador, desde que se dedicassem ao estudo desta ciência por um período de dez anos, mas teriam que, de qualquer forma, aprender a matemática, mesmo sob pressão; pois se eles não aprendessem seriam submetidos a chicotadas. Essa rígida disciplina que eles teriam que suportar, era como se os chicotes pudessem mesmo abrir os ouvidos do estudante, como fala Guelli (2000) e que nesse período a matemática para todos trazia a concepção de um ensino baseado em castigos, decorebas e o conteúdo não tinha nenhum vínculo com a realidade.


1.2 O Ensino da Matemática no Brasil


A matemática chegou ao Brasil, em 1549, através dos jesuítas, homens que vinham com a missão de catequizar e ensinar a população brasileira formada pelos índios. Pode-se considerar o ano de 1549 como início do processo de escolarização formal no território brasileiro. De acordo com Fernando Azevedo (1976, p.9-11):

A vida dos padres jesuítas, em 1949, não só marca o início da história da educação no Brasil, mas inaugura a primeira fase, a mais longa da história, e, certamente, a mais importante pelo vulto da obra realizada e sobretudo pelas consequências que dela resultaram para nossa civilização.(...) Em dois séculos, mais precisamente, em 210 anos, que tanto se estenderam desde a chegada dos primeiros jesuítas até a expulsão da Ordem pelo Marquês de Pombal, em 1759, foram eles os únicos educadores do Brasil.


Dessa maneira, embora os jesuítas pretendessem catequizar e ensinar os índios, as missões acabaram sendo mais um instrumento de colonialismo, no qual em troca do apoio político da Igreja, o Estado se responsabilizava pelo envio e manutenção dos missionários, pela construção de igrejas, além da proteção dos cristãos.
Em 1759, Sebastião José de Carvalho, o Marquês de Pombal, expulsou os jesuítas do Brasil, devido à oposição existente entre os mesmos, pois os jesuítas queriam servir à fé e o Marquês de Pombal queria servir aos interesses do estado. A partir desse momento, a educação escolar passou a se organizar de forma bastante diferente.
Com o Marquês de Pombal na liderança, o ensino passou a ser ministrado pelas nomeadas aulas régias, ou seja, em escolas autorizadas pelo Estado Português, cada qual ocupada por um professor concursado. Tais escolas ofereciam apenas as primeiras letras e/ ou apenas uma das diversas matérias que compunham o ensino secundário, como: Latim, Grego, Matemática e Filosofia. Porém, cada matéria era ministrada em uma escola diferente, dificultando o acesso dos alunos para realizar um curso de forma integral, obrigando-os a realizar a matéria que era ministrada na escola mais próxima da sua residência.
Em 1808, a Família Real chegou ao Brasil e, conforme Lima (1969), a vinda da Família Real representou a verdadeira “descoberta do Brasil”, com a abertura de portos que propiciaram aos brasileiros tomarem conhecimento sobre a civilização e a cultura do mundo.
Dom João VI adotou várias medidas econômicas que favoreceram o desenvolvimento brasileiro. Dentre as principais, podemos citar: estímulo ao estabelecimento de indústrias no Brasil, construção de estradas, cancelamento da lei que não permitia a criação de fábricas no Brasil, reformas em portos, criação do Banco do Brasil e instalação da Junta de Comércio. Em relação à cultura, o rei trouxe a Missão Francesa para o Brasil, estimulando o desenvolvimento das artes em nosso país. Criou o Museu Nacional, a Biblioteca Real, a Escola Real de Artes e o Observatório Astronômico. Além disso, vários cursos foram criados (agricultura, cirurgia, química, desenho técnico, etc) nos estados da Bahia e Rio de Janeiro.
Assim, consoante Jean M. Carvalho França (1998, p.17):

Independente das intenções do monarca português, tais medidas concorreram tanto para a formação de uma elite política e cultural identificada com interesses nacionais – elite que viria a desempenhar um papel sobremodo importante no processo de Independência – quanto para a estruturação da nascente cultural brasileira.

O povo português, em 1820, estava insatisfeito com a permanência da Família Real no Brasil, por isso exigia que o rei Dom João VI retornasse à terra natal para que legitimasse as transformações políticas em andamento. Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em 1821 e nomeou seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil. No dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I declara a Independência do Brasil e em 1824 é outorgada a primeira Constituição brasileira. A primeira Carta Magna brasileira traz apenas dois parágrafos de um único artigo sobre a educação. Ao tratar da "inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros", estabelece que "A instrução primária é gratuita a todos os cidadãos" (art. 179, § 32). A segunda referência diz respeito aos "Colégios e universidades, onde serão ensinados os elementos das ciências, belas artes e letras" (art. 179, § 33). A presença desses dois únicos dispositivos sobre o tema no texto de 1824 é um indicador da pequena preocupação suscitada pela área educativa naquele momento político.
Em 1826 um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. E, em 1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação.
Em 1834 o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. Em 1835, surge a primeira escola normal do país em Niterói.
Com a Proclamação da República em 1889, houve a Reforma de Benjamin Constant, Ministério de Instrução, Correios e Telégrafos , que tinha o objetivo de conceder liberdade ao ensino e gratuidade a escola primaria baseando na Constituição Brasileira.
Segundo Pillett (1995) em 1928 houve a Reforma do Distrito Federal na qual foi determinado que houvesse extensão do ensino a todos quantos pudessem frequentá-lo, foram articulados os graus e modalidades de ensino adaptando-se ao meio urbano, rural e marítimo e colocadas ideias iniciais de educação: escola única, escola do trabalho, escola – comunidade e do trabalho em cooperação. E nesse período deu inicio ao ensino da matemática na Escola Politécnica de São Paulo.
Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde. E em 1932, com as divergências entre o grupo dos católicos, quase todos ligados a Educação privada, e o grupo conhecido como pioneiros da educação nova, quase todos ligados á defesa da escola pública, ocorreu o Manifesto de Pioneiros que defendiam novas ideias para a educação.
Segundo D’ Ambrosio (2000), em 1933, começa a formação dos primeiros pesquisadores de matemática no Brasil, com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo e logo em seguida do Distrito Federal, transformada em Universidade do Brasil em 1937.
Um grande marco da História da Matemática no Brasil foi a criação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada – IMPA, em 1955, que realizou Colóquios Brasileiros de Matemática. A primeira edição aconteceu em 1957, e desde então tem sido realizada bianualmente. De 1957 a 1985 os Colóquios foram sediados em Poços de Caldas, Minas Gerais, e desde 1987 acontecem na sede do IMPA, no Rio de Janeiro. Segundo D’ Ambrosio (2000) desde então a pesquisa matemática no Brasil vem crescendo consideravelmente.
Nas décadas de 60 e 70, o ensino de Matemática, em diferentes países, foi influenciado por um movimento que ficou conhecido como Matemática Moderna, foi um movimento internacional do ensino de matemática que se baseava na formalidade e no rigor dos fundamentos da teoria dos conjuntos e da álgebra para o ensino e a aprendizagem de Matemática.  Conforme Brasil (1998), a Matemática Moderna fundamentava-se em grandes estruturas que organizava o conhecimento matemático contemporâneo, mas o que era proposto estava longe do alcance dos alunos e começou a causar mudanças e muita resistência, principalmente pelos professores, que não estavam preparados para o novo modelo de ensino.
No período Militar (1964 a 1985), a matemática moderna pregava um ensino mais técnico, pois o objetivo era formar pessoas passivas, para obedecer às normas e manter a ordem, assim os professores eram meros transmissores de conhecimento.
Após o período Militar, houve uma redemocratização do país, imprimindo novos rumos para a educação no Brasil. Segundo Brasil (1997, p.22):


Em 1980, o National Council of Teachers of Mathematics — NCTM , dos Estados Unidos, apresentou recomendações para o ensino de Matemática no documento “Agenda para Ação”. Nele destacava-se a resolução de problemas como foco do ensino da Matemática nos anos 80. Também a compreensão da relevância de aspectos sociais, antropológicos, linguísticos, na aprendizagem da Matemática, imprimiu novos rumos às discussões curriculares.



A partir desse momento, o ensino da matemática passou a ser visto de forma diferente, direcionando o ensino fundamental para a aquisição de competências básicas necessárias ao cidadão e não apenas voltadas para a preparação de estudos posteriores, o que proporciona ao aluno construir seu conhecimento através de problemas vivenciados no seu cotidiano.
No século XXI, acompanhando as novas Tecnologias, da Comunicação e Informação, iniciaram-se estudos da Etnomatemática que, conforme Brasil (1997), contrapõe-se às orientações que desconsideram qualquer relacionamento mais íntimo da Matemática com aspectos socioculturais e políticos. Assim, a Etnomatemática considera que não existe um único saber, mas sim vários saberes distintos e nenhum menos importante que o outro.
Nesse contexto, novas concepções passaram a existir, porém ainda se predomina o ensino tradicional de matemática, ciência concebida como algo pronto e estático, como fala Bertoni (1989), baseando-se somente em cálculos prontos e acabados.
Percebe-se que na maioria das vezes, as ideias inovadoras não chegam aos professores ou recebem interpretações inadequadas. Assim, não provoca mudanças desejáveis no ensino da matemática.
Para D’ Ambrosio (1999), os conteúdos e métodos de educação precisam ser desenvolvidos para servir as necessidades básicas de aprendizagem dos indivíduos e da sociedade, proporcionando-lhes o poder de enfrentar seus problemas mais urgentes e permitindo que assumam seu papel por direito na construção de sociedades democráticas e no enriquecimento de sua herança cultural.
Analisando o caminho percorrido pelo ensino da matemática no Brasil, nota-se que esta sempre foi tratada como matéria difícil e acessível a poucos. Esse tratamento nos leva a refletir sobre fatores que desencadeiam e predispõe a dificuldade dos alunos em aprender matemática. No tópico seguinte, faz-se um estudo sobre esses fatores.




1.3 Principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática


Consoante D’ Ambrosio (2000), a matemática é uma estratégia desenvolvida ao longo da história para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade e com o seu imaginário dentro de um contexto natural e cultural. Dessa forma, foram surgindo, ao longo do tempo, novas concepções relacionadas a ela, contudo predomina ainda o seu ensino tradicional.   
Os métodos transmissores de conteúdo, utilizados pela escola e pelo professor, reduz o aluno a mero receptor, fazendo com que a aprendizagem se processe através da memorização, repetição mecânica dos conteúdos; não permitindo a construção do raciocínio-reflexivo. A aprendizagem não vem só da experiência e nem está pré-formada na mente, mas acontece na interação entre o indivíduo que aprende e o objeto ou conteúdo a ser aprendido. A forma como se trabalha os conteúdos da disciplina de matemática podem causar dificuldades nos alunos em aprendê-la, atrapalhando o seu desenvolvimento em sala de aula. Reviére (1995, p. 134), ao abordar essa questão faz alguns questionamentos:

A matemática é objetivamente difícil ou será que não é bem ensinada? Que origem e significado têm as enormes diferenças na competência matemática dos alunos? Há alunos que sofrem algum tipo de alteração ou distúrbio real – por exemplo, a clássica ‘discalculia’ ( dificuldades especificas da aprendizagem) – que os impede ou dificulta a aprendizagem das operações matemáticas mais elementares? Por que a matemática é tão difícil para tantos alunos que não chegam a esse grau de suposta alteração? (REVIÉRE, 1995, p. 134)


Na visão dos professores, segundo Micotti (1999, p.157): “As dificuldades ou os fracassos, em geral, são vistos como decorrentes de empecilhos, de algum modo, vinculados ao aluno – “falta de base” (grifos do autor) ou de condições para aprender, problemas familiares, deficiência mental ou cultural etc”.
Dessa maneira, existem crenças ou ideias  em que o fracasso no ensino da matemática não provém do professor, que transmite o conhecimento, mas do aluno, que recebe o conhecimento e aprende mal.
Bacquet (2002, p. 44) relata o drama de um menino de família humilde e problemática, tido como uma criança com sérias dificuldades em Matemática:


Sua professora, uma educadora de ensino fundamental tida como “excelente e muito severa”, os fez saber, antes de anunciar diversas vezes, que, caso não se recuperasse, Léo, certamente, repetiria o ano. (...) Ela aplica somente as ordens oficiais, distribuindo quase todos os dias uma ou duas folhas fotocopiadas, contendo uma série de operações a serem efetuadas, ou três ou quatro problemas (...) para serem resolvidos em sala de aula e colados em seguida nos cadernos. Infelizmente, para Léo, a professora recolhe e corrige cuidadosamente em vermelho os cadernos todas as noites.


Esse comentário retrata claramente a posição de uma professora tradicionalista, sem perspectiva inovadora, e um aluno que não consegue alcançar êxito devido às qualidades da mesma. O modo como os conteúdos são aplicados, a maneira como a professora corrige e a arrogância da mesma que se aproveita da sua posição para amedrontar os alunos e conduzi-lo ao fracasso, esse método não incentiva, nem conduz o aluno ao desenvolvimento de aprendizagem.
Nos últimos anos, os altos índices de reprovação na disciplina de matemática deixam claro que este ensino não está sendo bem trabalhado, seja pela falta de formação profissional qualificada, más condições de trabalho, ausência de políticas públicas educacionais, que por sua vez tem uma grande parcela de responsabilidade pela estruturação do ensino da matemática tanto do ponto de vista dos cursos de formação de professores quanto dos elementos que fazem o ensino acontecer no cotidiano das escolas. D’ Ambrosio    (1996, p.99) descreve que:


Não é de se estranhar que o rendimento esteja cada vez mais baixo, em todos os níveis. Os alunos não podem aguentar coisas obsoletas e inúteis, além de desinteressantes para muitos. Não se pode fazer todo aluno vibrar com a beleza da demonstração do teorema de Pitágoras e outros fatos matemáticos importantes.



Sendo assim, o ensino da Matemática ministrado de forma abstrata, sem vínculo com a realidade não contribui em nada com o desenvolvimento de aprendizagem do aluno, frente às necessidades sociais existentes. A influência da prática docente tradicionalista não só atrasa o desenvolvimento do aluno diante da sua vida social, como também dificulta a aprendizagem do mesmo, causando o fracasso e o desinteresse diante da Matemática. Desse modo, faz-se necessário relatar a importância de construir saberes baseados na realidade dos alunos com o intuito de beneficiá-los na sua vida social.
 Os dados obtidos pelo SAEB-Sistema Nacional de Avaliação Escolar da Educação Básica – constata que, a cada ano que passa, o rendimento escolar quanto ao ensino da matemática se agrava cada vez mais. Esta pesquisa faz referência a dados coletados nos anos de 1995 a 2005, onde se pôde observar o baixo percentual no desempenho dos alunos na disciplina de matemática no decorrer dos anos analisados. De acordo com Brasil (1997, p. 24):


Parte dos problemas referentes ao ensino de Matemática está relacionada ao processo de formação do magistério, tanto em relação à formação inicial como à formação continuada. Decorrentes dos problemas da formação de professores, as práticas na sala de aula tomam por base os livros didáticos, que, infelizmente, são muitas vezes de qualidade insatisfatória. A implantação de propostas inovadoras, por sua vez, esbarra na falta de uma formação profissional qualificada, na existência de concepções pedagógicas inadequadas e, ainda, nas restrições ligadas às condições de trabalho.


Dessa maneira, esses problemas acabam sendo responsáveis pela dificuldade dos alunos em aprender matemática, uma vez que se trabalha matemática pela matemática, sem considerar sua evolução, a importância dela para a compreensão da vida, além de não se valorizar a experiência que o aluno traz. O ensino fica vinculado à tabuada e a fórmulas para a resolução de questões consideradas difíceis. Com isso, desestimula-se o desejo natural do aluno em conhecer, investigar e criar seu próprio pensamento. A consequência desse ensino é que o aluno acumula cada vez mais dúvidas, incertezas e temores.
D’ Ambrosio (1993) afirma que desde pequena a criança é condicionada a achar que a matemática é complicada. Se ela tem em casa um irmão mais velho, já ouve que matemática é difícil. É um comportamento condicionado: ela entra na escola apavorada com a disciplina. Dessa forma, a matemática sempre foi tratada como matéria difícil e acessível para poucos.
Sobre o medo e o sentimento de culpa do aluno diante da dificuldade de aprendizagem, Bacquet (2002, p. 55) afirma que:

No momento dos exames, ele tem cada vez mais medo, pois sabe que não vai ser aprovado. Além disso, a professora disse que ele era nulo, e ela não se engana nunca. Então, é certo que ele é nulo. Como sempre, frente a esse tipo de julgamento, ele mesmo, sua mãe, a escola, os outros pensam ainda que a culpa seja dele ou que ele não tem as capacidades exigidas para o aprendizado.


Conforme a autora, os alunos temem os exames avaliativos de Matemática porque no seu íntimo já preserva a certeza do fracasso. Esse sentimento de incapacidade é promovido diante da afirmação do docente que declarou o seu fracasso e o responsabilizou pelo mesmo. Desse modo, o aluno se sente incapaz de se desenvolver diante da disciplina, mantendo o temor pela disciplina e o triste pensamento em relação à opinião dos outros a seu respeito diante da sua incapacidade. Os alunos não conseguem enfrentar a disciplina de Matemática pelos rumores de má fama que a classifica como uma disciplina de difícil compreensão. Muitos alunos sentem certo medo ou receio da disciplina, sofrendo dificuldades no seu aprendizado. Segundo Pais (2006, p. 28):


É preciso buscar dinâmicas apropriadas para intensificar as possibilidades de interação do aluno com o conhecimento. A ênfase dessa ideia é dada à valorização das ações do aluno, porque envolve conceitos, proposições, problemas e afasta a concepção de que o saber matemático está pré-elaborado e pode ser transmitido para o aluno. Fazer matemática é uma atividade oposta às práticas da reprodução, as quais consistem em conceber a educação escolar como um exercício de contemplação do mundo científico, de onde vem a ideia de transmissão de conhecimentos. Nessa linha de reprodução de conhecimento, o aluno é levado a fazer cópias, repetir definições e treinar padrões. Essa pedagogia de reprodução é um equívoco, ainda mais quando se pretende oferecer condições para que o aluno possa participar do cenário tecnológico, onde as máquinas digitais, cada vez mais, passam a fazer parte das tarefas mecanizadas.  


Assim, aprender matemática exige tanto do aluno quanto do professor, esforços bem distintos. A sala de aula precisa se tornar um ambiente de aprendizagem em que os próprios alunos construam conhecimentos sobre determinados conteúdos matemáticos e sobre a realidade que os cerca. Dessa forma, supõe-se que as dificuldades dos alunos em aprender matemática estão relacionadas com as metodologias de ensino utilizadas que em geral não os motivam, não interagem com a realidade e não os colocam como agentes construtores de resultados e conceitos matemáticos e ainda a falta de base do aluno, falta de assistência em casa pelos responsáveis e as vezes preguiça de ler e interpretar por parte dos alunos. Portanto, é necessária uma metodologia diferente no ensino da Matemática, que leve o aluno a pensar em algo concreto. Por isso, é grande a necessidade de se repensar as metodologias de ensino, analisando as particularidades de cada aluno.
1.4 Metodologias que proporcionam o aprendizado dos alunos em matemática

A aprendizagem é um processo de transformação no qual os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolve habilidades e mudanças de comportamentos. E para que essa aprendizagem ocorra, é necessário que haja interatividade, participação e intervenção tanto por parte do educador quanto do educando e para isso é preciso que a escola entenda seu papel social e sua função numa sociedade de grupos muito diversificados. Ao invés da escola impor um pensamento, ela deve dar a oportunidade para a criança construir seu próprio conhecimento. Dessa forma, é preciso criar alternativas pedagógicas para o ensino e aprendizagem da Matemática.
Sabe-se que não existe um único e melhor caminho para o ensino da Matemática, e conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor construa sua prática. Por isso, buscamos apresentar algumas dessas possibilidades.


1.4.1 Resolução de Problemas


Entende-se que a resolução de problemas constitui-se em um conjunto de processos de pensamentos que devem ser desenvolvidos pelos alunos com o auxílio do professor. Dessa forma, a resolução de problemas é uma perspectiva metodológica de ensino que pode vir a contribuir com o desenvolvimento cognitivo dos alunos, bem como para a inserção social dos mesmos, já que esta aproxima a sala de aula da realidade dos alunos partindo dos desafios que os mesmos enfrentam na sua vida social.
Contudo, conforme Brasil (1997, p. 42), “[...] tradicionalmente, os problemas não têm desempenhado seu verdadeiro papel no ensino, pois, na melhor das hipóteses, são utilizados apenas como forma de aplicação de conhecimentos adquiridos anteriormente pelos alunos [...]”. Sendo assim, a maioria dos alunos acreditam que resolver um problema, é apenas fazer cálculos com os números apresentados no enunciado do problema.
Bacquet (2002, p. 116) relata a opinião de um aluno sobre aplicação de problemas em sala de aula: “o problema é uma adivinhação, mais ou menos difícil e é preciso encontrar a solução. Um problema serve para me repugnar, eu detesto. Diante de um problema entro em pânico, um problema me dá raiva”.
Com base nessas considerações, percebe-se que não é o problema, mas sim o modo de como ele é aplicado em sala de aula; se esse for aplicado apenas com o intuito de encontrar a solução, ele será visto apenas como uma adivinhação, mas se o problema partir da realidade do aluno com o intuito de desvendar as curiosidades do mesmo; este não será apenas uma adivinhação, mas sim uma produção de investigações que certamente o levará a soluções de problemas reais.
Smole, Diniz & Cândido (2007, p. 14), afirmam que:


A perspectiva metodológica da resolução de problemas baseia-se na proposição e no enfrentamento do que chamaremos de situação-problema. Em outras palavras, ampliando o conceito de problema, devemos considerar que nossa perspectiva trata de situações que não possuem solução evidente e que exigem que o resolvedor combine seus conhecimentos e decida-se pela maneira de usá-los em busca da solução.




Nessa perspectiva, não existe uma forma única de resolver um problema matemático, cada aluno irá adotar uma atitude de investigação, combinando seus conhecimentos em direção à solução do problema.
De acordo com Brasil (1997, p. 44):


Um problema matemático é uma situação que demanda a realização de uma sequência de ações ou operações para obter um resultado. Ou seja, a solução não está disponível de início, no entanto é possível construí-la. Em muitos casos, os problemas usualmente apresentados aos alunos não constituem verdadeiros problemas porque, via de regra, não existe um real desafio nem a necessidade de verificação para validar o processo de solução.


Assim, cabe ressaltar que a resolução de problemas não é uma simples atividade de memorização de conteúdos, mas sim um processo fundamental para a construção de conhecimentos, no qual o aluno se torna agente do seu próprio aprendizado, tendo a oportunidade de criar seus próprios métodos e estratégias de resolução destes, construindo, desenvolvendo e estruturando seu pensamento lógico matemático. Tendo em vista que a matemática é vista como algo integrado a nossa própria vida a todo o momento, seja em um simples cálculo realizado e/ou quando pagamos algo, enfim, nas mais variadas situações problemas do cotidiano, entende-se que educar não se limita a fornecer informações aos alunos, mas sim proporcionar a construção do conhecimento matemático a partir de situações problemas do contexto social em que os alunos estão inseridos.


1.4.2 História da Matemática


A História da Matemática, juntamente com outros recursos didáticos e metodológicos, pode oferecer uma importante contribuição ao processo de ensino e aprendizagem em Matemática. Pois, de acordo com Brasil (1998, p. 45):

Ao revelar a Matemática como uma criação humana, ao mostrar necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, ao estabelecer comparações entre os conceitos e processos matemáticos do passado e do presente, o professor tem a possibilidade de desenvolver atitudes e valores mais favoráveis do aluno diante do conhecimento matemático.



Dessa maneira, o recurso à História da Matemática possibilita que os educandos conheçam a importância da matemática em diferentes culturas e como ela poderá contribuir para seu próprio desenvolvimento.
Em conformidade com D’ Ambrosio (2000, p. 29-30), “A história da matemática é um elemento fundamental para se perceber como teorias e práticas matemáticas foram criadas e desenvolvidas e utilizadas num contexto específico de sua época.” Assim, ao explorar esse recurso metodológico, é possível conceber o ensino da matemática em um caráter dinâmico, participativo e curioso, além de abrir caminhos que levam o aluno à redescoberta dos conteúdos através de investigações e discussões com os colegas, para que, a partir daí, haja a reconstrução do conhecimento produzido em períodos anteriores da história.





1.4.3 Tecnologias da Informação


O recurso às tecnologias da informação pode contribuir para a melhoria do ensino da Matemática, podendo ser utilizadas como um instrumento motivador na realização de tarefas exploratórias e de investigação. Assim, recursos como a calculadora favorecem para novas possibilidades educativas, podendo ser utilizada para verificação de resultados, correção de erros e ser um valioso instrumento de autoavaliação.
Brasil (1997, p. 47) cita um exemplo de situação onde dificilmente seria resolvida pelo aluno sem o uso da calculadora:


[...] poder-se-ia imaginar um aluno sendo desafiado a descobrir e a interpretar os resultados que obtém quando divide um número sucessivamente por dois (se começar pelo 1, obterá 0,5; 0,25; 0,125; 0,0625; 0,03125; 0,015625). Usando a calculadora, terá muito mais condições de prestar atenção no que está acontecendo com os resultados e de construir o significado desses números.




Desse modo, a calculadora permite que o aluno perceba, em situações diversas, seja de adição, subtração, multiplicação ou divisão, o que acontece com os números, principalmente quando envolvem números menores do que 1, que em uma fase inicial dificilmente ele conseguirá resolver a operação sem a calculadora.
Outro recurso tecnológico importante é o computador, visto que de acordo com Brasil (1997, p. 47): “Ele é apontado como um instrumento que traz versáteis possibilidades ao processo de ensino e aprendizagem de Matemática, seja pela sua destacada presença na sociedade moderna, seja pelas possibilidades de sua aplicação nesse processo”. Logo, o computador é um recurso que possibilita o desenvolvimento cognitivo dos alunos, na medida em que permite o trabalho com a matemática respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem.
Brasil (1997, p. 47) alerta que:


Quanto aos softwares educacionais é fundamental que o professor aprenda a escolhê-los em função dos objetivos que pretende atingir e de sua própria concepção de conhecimento e de aprendizagem, distinguindo os que se prestam mais a um trabalho dirigido para testar conhecimentos dos que procuram levar o aluno a interagir com o programa de forma a construir conhecimento.
Nessa perspectiva, o professor deve sempre verificar se as atividades educacionais realizadas no computador pelo aluno estão atingindo os objetivos propostos, fazendo com que eles construam um conhecimento significativo e não apenas fiquem testando conhecimentos através de atividades mecânicas. Portanto, o trabalho com o computador deve propiciar aos alunos a aprendizagem com seus erros e junto com seus colegas, trocando suas produções e comparando-as.


1.4.4 Jogos Matemáticos


De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 48): Além de ser um objeto sociocultural em que a Matemática está presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos; supõe um “fazer sem obrigação externa e imposta”, embora demande exigências, normas e controle.
 Assim, os Jogos possibilitam uma mudança significativa no processo de ensino e aprendizagem da matemática, permitindo que o aluno aprenda sem obrigação. Por isso, trabalhar com jogos é muito interessante e gratificante, pois o aluno aprende brincando dentro da sala. Mas é preciso que o educador tenha consciência que trabalhar assim não é fácil, exige uma atenção maior sobre os alunos para identificar o que precisa ser trabalhado e escolher o jogo certo para cada conceito matemático.
Segundo Borin (1996, p.9):



Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem.


Dessa maneira, além do jogo proporcionar a aprendizagem do aluno, ele proporciona também a socialização, diminuindo o medo dos alunos em aprender matemática.
Segundo, Smole, Diniz, e Cândido (2000, p. 11):


O trabalho com os jogos nas aulas de matemática, quando bem planejado e orientado, auxilia o desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização, que estão estreitamente relacionadas ao chamado raciocínio lógico.



As habilidades desenvolvem-se porque, ao jogar, os alunos têm a oportunidade de resolver problemas, investigar e descobrir a melhor jogada; refletir e analisar as regras, estabelecendo relações entre os elementos do jogo e os conceitos matemáticos. Pode-se dizer que o jogo possibilita uma situação de prazer e aprendizagem significativa nas aulas de matemática.
Além de possibilitar o desenvolvimento de habilidades cognitivas, o jogo favorece o desenvolvimento da linguagem e a interação entre os alunos. Pois, durante o jogo, o educando se defende, aprende a ser crítico e troca experiências com os colegas. Assim, o jogo permite que os alunos vivam o presente numa perspectiva lúdica, onde o difícil é encarado como um desafio prazeroso.
Portanto, cabe ao professor planejar suas aulas de matemática sempre levando em consideração essas metodologias, pois o trabalho com a Matemática deve garantir que as crianças façam mais do que recitar números e decorar os nomes de figuras geométricas. É preciso que elas interajam com o meio e com os colegas, trocando experiências e adquirindo conhecimentos significativos.



1.5 O uso da Matemática nas Práticas Sociais



Sabe-se que a Matemática tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento da sociedade e tem ocupado um lugar central no currículo escolar desde a Antiguidade. Hoje, a necessidade de se entender e ser capaz de usar a Matemática na vida diária e nos locais de trabalho nunca foi tão grande.
Consoante Brasil (1997, p. 29):


A Matemática comporta um amplo campo de relações, regularidades e coerências que despertam a curiosidade e instigam a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo a estruturação do pensamento e o desenvolvimento do raciocínio lógico. Faz parte da vida de todas as pessoas nas experiências mais simples como contar, comparar e operar sobre quantidades. Nos cálculos relativos a salários, pagamentos e consumo, na organização de atividades como agricultura e pesca, a Matemática se apresenta como um conhecimento de muita aplicabilidade. Também é um instrumental importante para diferentes áreas do conhecimento, por ser utilizada em estudos tanto ligados às ciências da natureza como às ciências sociais e por estar presente na composição musical, na coreografia, na arte e nos esportes.


Dessa forma, a Matemática desempenha um papel decisivo, visto que permite resolver problemas da vida cotidiana, tem muitas aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas curriculares. Além disso, interfere fortemente na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento e na agilização do raciocínio dedutivo do aluno.
A aprendizagem da Matemática, segundo Brasil (1997, p. 33), permite que os alunos se conscientizem em relação aos problemas que envolvem o meio ambiente, pois:

A quantificação de aspectos envolvidos em problemas ambientais favorece uma visão mais clara deles, ajudando na tomada de decisões e permitindo intervenções necessárias (reciclagem e reaproveitamento de materiais, por exemplo). Sendo assim, a compreensão dos fenômenos que ocorrem no ambiente — poluição, desmatamento, limites para uso dos recursos naturais, desperdício — terá ferramentas essenciais em conceitos como (médias, áreas, volumes, proporcionalidade, etc.) e procedimentos matemáticos (formulação de hipóteses, realização de cálculos, coleta, organização e interpretação de dados estatísticos, prática da argumentação, etc.).



A Matemática também ajudará o aluno na compreensão de problemas relacionados à Saúde. Conforme Brasil (1997, p. 33-34):


As informações sobre saúde, muitas vezes apresentadas em dados estatísticos, permitem o estabelecimento de comparações e previsões, que contribuem para o autoconhecimento, possibilitam o autocuidado e ajudam a compreender aspectos sociais relacionados a problemas de saúde. O acompanhamento do próprio desenvolvimento físico (altura, peso, musculatura) e o estudo dos elementos que compõem a dieta básica são alguns exemplos de trabalhos que podem servir de contexto para a aprendizagem de conteúdos matemáticos e também podem encontrar na Matemática instrumentos para serem mais bem compreendidos.



Percebe-se então que aprender matemática é de suma importância para o ser humano, pois por meio dela é possível formar cidadãos mais críticos e participativos na sociedade da qual fazem parte. Nessa perspectiva, aprender matemática é construir diferentes estratégias de resolução de problemas assim como compreender diferentes conteúdos matemáticos necessários para se resolver problemas. Dessa forma, a matemática deve ser vista como uma dentre tantas outras estratégias criadas pelos homens para entender e explicar sua realidade. Para tomar decisões baseadas na interpretação desta realidade, implica encarar seu ensino como um modo de possibilitar aos alunos espaços de discussões sobre diferentes temas de interesse dos mesmos sobre suas realidades. Espaços estes em que os conteúdos matemáticos possam ser utilizados pelos alunos para os mesmos interpretarem, refletirem, preverem e intervirem na realidade.
Desde as séries iniciais do ensino fundamental é importante o conhecimento matemático na realidade dos alunos. Por exemplo, uma criança quando entende as operações aritméticas torna-se capaz de encarar as movimentações financeiras de sua realidade, como o troco da passagem de ônibus ou do supermercado. E à medida que o aluno avança dentro do ensino fundamental, torna-se cada vez mais amplo o campo de aplicação do conhecimento matemático em seu cotidiano. Um aluno do ensino médio que tem em mente os conceitos de funções, torna-se apto, por exemplo, a construir uma planilha de gastos e receitas em sua casa, o que, sem dúvida, contribui muito no planejamento do orçamento doméstico.
A matemática também pode transformar-se em uma importante ferramenta de mudança social, pois partindo do pressuposto que o aluno assimilou o conhecimento matemático ele é capaz de contextualizá-lo. Por exemplo, um aluno do ensino médio é capaz de compreender o que representa para o país os juros da dívida externa, o saldo da balança comercial, a divisão do orçamento público. E de posse desse conhecimento, tem-se a construção de um senso crítico capaz de questionar as lideranças políticas do país. Assim, a matemática deve ser ensinada desde as séries iniciais, com o objetivo de formar cidadãos que frente a obstáculos e problemas que utilizam argumentos matemáticos, saibam agir conscientemente e ativamente, de modo a exigir seus direitos e intervir quando necessário.
Desse modo, a Matemática está presente em várias atividades realizadas pelo ser humano e ao longo dos anos vem beneficiando não só as crianças, como também os adultos. A utilidade desse saber é incontestável diante das necessidades humanas, seja nas ações educativas, culturais ou profissionais, a Matemática sempre estará presente para ajudar as pessoas a resolver situações adversas e problemáticas. No entanto, para que esta perspectiva se realize, cabe o professor se conscientizar de que o seu papel não é o de aplicar conteúdos avaliativos; mas sim, de expor situações reais, matematicamente desafiadoras que possam chamar a atenção dos alunos para um processo de aprendizagem cheio de oportunidades e estratégias que os ajude a superar o medo e o fracasso diante da Matemática.



























CAPÍTULO II

O OLHAR DOCENTE SOBRE OS PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM E PREDISPÕEM A DIFICULDADE DOS ALUNOS EM APRENDER MATEMÁTICA


2.1 O Ambiente da Pesquisa

O trabalho de campo realizado para o presente estudo deu-se no universo de uma Escola Estadual no Município de Jaíba em Minas Gerais, denominada escola “X”. O público alvo da pesquisa foram quatro docentes que trabalham com o 4º ano do Ensino Fundamental e dois Supervisores da escola em questão.
O período de entrega e recebimento dos questionários ocorreu no mês de abril de 2012.
 A referida escola atende alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental oriundos do seu próprio bairro e de bairros vizinhos, de natureza periférica. Observou-se que a escola de periferia é um local que apresenta uma problemática bem complexa e específica. Nesse tipo de escola, os contextos social, econômico e político interferem no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos. Nos professores, gera sentimentos de frustração, insatisfação e angústia, porque não conseguem desenvolver o que planejam, enfrentam situações imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula, entre outras coisas. Nos alunos, gera dificuldades para a sua vida escolar, pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da família, gerando desânimo, cansaço, dificuldades de atenção e concentração.
Atualmente a escola conta com 17 salas de aula, 01 laboratório de informática, 01 biblioteca, 01 cantina, 01 sala de professores, 02 almoxarifados, 01 secretaria, 01 sala de supervisão, 01 sala de vice-diretor, 01 sala de diretor, 01 depósito, 01 sala de arquivo morto, 01 banheiro para serviçais, 01 banheiro masculino e 01 feminino para alunos, 01 pátio, 01 quadra coberta, com arquibancadas e dois banheiros.
A escola conta com 73 funcionários que atuam em diversas funções relativas aos setores administrativos, pedagógicos e serviços gerais. Sendo que, desses profissionais, quatro trabalham no 4º ano do Ensino Fundamental.


2.2.  Metodologia da Pesquisa


Inicialmente, realizou-se um levantamento bibliográfico para compor a referência teórica que fundamentaria esta pesquisa. Posteriormente, selecionaram-se as obras de Brasil (1997), D’ Ambrosio (2000), Micotti (1999), Pais (2006) ), Rivière (1995),  entre outros.
Lakatos e Marconi (2001, p. 185) conceituam a pesquisa bibliográfica como aquela que abrange toda bibliografia já publicada em relação ao tema de estudo. “Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto”.
Para a realização da pesquisa, foi necessário contextualizar o espaço, os sujeitos pesquisados e a visão que os mesmos têm acerca do assunto discutido e; para isso, utilizou-se metodologia adequada, pois, segundo afirma Barros (1990, p. 86) “(...) análise de dados constitui-se um momento muito importante de todas as pesquisas, pois é nela que buscaremos as respostas pretendidas, através da utilização dos raciocínios indutivos, dedutivos, comparativos, etc.”
A presente pesquisa é de abordagem qualitativa. Na perspectiva de Bogdan e Biklen (1994, p.49), “A abordagem da investigação qualitativa exige que o mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objetivo de estudo”.
De acordo com Lakatos e Marconi (2004, p.269), “a metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento, etc”.
Quanto aos seus objetivos, ela pode ser classificada como descritiva, uma vez que
 tem como propósito conhecer a natureza, as características, a composição e os processos que
constituem o fenômeno. Segundo Duarte e Furtado, (2002, p.28):

A pesquisa descritiva descreve um fenômeno ou situação mediante um estudo realizado em determinado contexto espacial e temporal. Tem como objetivo principal descrever as características de determinada população, ou fenômeno, ou então o estabelecimento de relações entre variáveis e, em alguns casos, a natureza dessas relações. Neste caso estão os levantamentos de atitudes e as pesquisas de mercado.


A problemática que ensejou esta pesquisa pode ser traduzida na pergunta: quais os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola X de Jaíba-MG em aprender Matemática? Essa indagação nasceu das dificuldades observadas durante a realização do estágio e pelo desejo de conhecer e entender o que poderia causar tais dificuldades.
Utilizaram-se, como instrumento de pesquisa para a coleta de dados, dois questionários semiestruturados com questões objetivas e discursivas, um destinado aos quatro professores, com 18 questões, dividido em 03 Etapas: Primeira Etapa – Identificação e Formação Acadêmica dos Docentes com 05 questões, Segunda Etapa – Experiência Docente com 04 questões e Terceira Etapa – Prática Metodológica dos docentes em relação à dificuldade de aprendizagem dos alunos em Matemática com 09 questões. E o outro questionário destinado aos dois supervisores, com 7 questões. Além de um outro instrumento de pesquisa elaborado, como roteiro para a observação realizada na Escola Estadual do Município de Jaíba em Minas Gerais, visando à análise da prática do professor diante das dificuldades dos alunos em aprender matemática.
Quanto ao uso de questionários, em pesquisas qualitativas, Trivinos (2008 p. 137) defende que: “Verdadeiramente, os questionários, entrevistas etc. [sic] são meios “neutros” que adquirem vida definida quando o pesquisador os ilumina com determinada teoria”.
Cabe ressaltar que o conteúdo relatado nos questionários utilizados na coleta de dados será transcrito na íntegra para a composição do presente estudo e que no intuito de primar pela impessoalidade e proteção à imagem, nome da escola e de todos os colaboradores não serão divulgados.
Para a análise dos dados serão utilizadas letras como identificação da escola pesquisada (X), para os professores (P1, P2, P3 e P4) e para os supervisores (S1 e S2).

2.3 Análise dos dados


Diante dos resultados obtidos na pesquisa de campo em uma escola Estadual, com o objetivo de pesquisar os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática é que se faz necessário apresentar os resultados da análise dos dados. Tais resultados foram extraídos dos questionários aplicados a quatro professoras denominadas P1, P2, P3 e P4 e duas supervisoras denominadas S1 e S2 da escola Estadual de Jaíba M/G, no 4º ano do Ensino Fundamental. A pesquisa foi realizada com o intuito de buscar fatores que possam justificar a dificuldade de aprendizagem dos alunos em relação aos conteúdos matemáticos aplicados em sala de aula.
Ao indagar sobre a dificuldade de aprendizagem dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental em relação aos conteúdos aplicados em sala de aula, as professoras mostraram-se interessadas sobre o assunto e manifestaram sua preocupação diante do atual problema, demonstrando satisfação em contribuir com a pesquisa, ao responder os questionários propostos e em conceder a observação da prática docente que é relatada a seguir.


2.4 Relatando a observação da prática docente na escola “X”


A observação foi realizada no mês de abril do ano de 2012, durante 4 dias, na escola “X”. A observação foi realizada somente no 4º ano do Ensino Fundamental durante as aulas de Matemática, nas turmas das professoras P1, P2, P3 e P4.
Na escola X, durante as aulas das professoras P1, P2, P3 e P4 o ensino da Matemática eram ministrados através de folhas mimeografadas, quadro e giz, sendo que o trabalho com material concreto não foi realizado durante os dias de observação. As professoras transmitiam os conteúdos propostos de acordo com o planejamento e os livros didáticos, e os alunos trabalhavam com os conteúdos usando apenas cadernos, lápis, borracha e folhas mimeografadas.
D’Ambrósio (1996, p. 35) diz que:


A preocupação maior no ensino da Matemática está em levar ao conhecimento do aluno uma série de algoritmos, fórmulas e símbolos, sem que fique explícito para que servem, onde serão usados e como serão usados. Não há, pois uma preocupação maior de integrar os conteúdos matemáticos com outras áreas do conhecimento.




Dessa forma, na escola, a matemática é uma ciência ensinada em um momento definido pelo professor. Na vida, a matemática é parte da atividade de um sujeito que compra, que vende, que mede objetos e que joga. Por isso, o professor, ao planejar as aulas, deve considerar a utilidade do conteúdo ensinado na vida presente e no futuro dos alunos.
Nas aulas observadas não foi utilizada nenhuma estratégia inovadora que pudesse auxiliar os alunos diante da sua dificuldade de aprendizagem em relação à Matemática. Os conteúdos matemáticos foram ministrados de forma tradicional, com o intuito de prepará-los para as atividades avaliativas.
Segundo Machado (1992, p. 31):


Os alunos se dispersam quando o ensino da Matemática se faz rotineiro, ocultando consciente e inconscientemente sua verdadeira força e beleza, complicando-a inutilmente com fórmulas que não sabem de onde vem. O ensino tem que alcançar uma investigação em que o aluno sinta a sensação de estar fazendo algo com isso, em que se sinta mais confiante colocando em prática o seu trabalho efetivo e com isso, faça-o perceber o seu próprio rendimento.



Assim, se o aluno não perceber a importância em aprender matemática, dificilmente ele irá aprender, causando bloqueios na aprendizagem. A falta de preparo do professor não permite que ele perceba a forma como trabalha determinados conteúdos de Matemática, sendo que muitos infelizmente não favorecem a aprendizagem do aluno.
Diante da observação realizada, percebeu-se que os fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos do 4º ano em aprender matemática nas turmas das professoras P1, P2, P3 e P4 se derivam em grande parte da prática docente.



 2.5 Primeira Etapa do Questionário: “Identificação e formação acadêmica dos docentes P1, P2, P3 e P4”
QUADRO 1
Identificação e formação acadêmica dos docentes P1, P2, P3 e P4
Professores
Sexo
Idade
Formação
P1
Feminino
Acima de 50 anos
Normal Superior e pós-graduação em Orientação e Supervisão.
P2
Feminino
Entre 41 e 50 anos
Magistério
P3
Feminino
Entre 41 e 50 anos
Normal Superior e pós-graduação em Orientação e Supervisão.
P4
Feminino
Entre 30 e 40 anos
Normal Superior e Pós-graduação em Orientação e Supervisão.
Fonte: Questionário Aplicado no mês de Abril / 2012

Com base no Quadro 1 sobre a Identificação e formação acadêmica dos docentes P1, P2, P3 e P4, observa-se que todos os docentes são do sexo feminino, a maioria têm idade acima de 41 anos e, em relação à formação, a maioria fez Normal Superior e Pós-Graduação em Orientação e Supervisão.
 As quatro professoras enfocam a importância da pós-graduação no que se refere ao desenvolvimento do docente e afirmam que a continuidade da aprendizagem tende a favorecer não só o professor como também os alunos que serão beneficiados através da prática de um profissional qualificado. Porém, a professora P1 faz uma observação em relação à formação continuada afirmando que, “ensinar não requer somente uma formação acadêmica e uma pós-graduação, pois estes aprendizados podem não ser suficientes para atender às necessidades que surgem dentro da sala de aula, ensinar requer pesquisa, uma busca contínua, onde o professor busca o conhecimento com o intuito de aprender para ensinar”.
Com base nessa afirmativa da docente, Freire (1996, p. 29) enfatiza que:



Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. (...) Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. (...) Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.



Dessa forma Freire (1996, p. 29) também enfoca a importância da pesquisa no ato de ensinar, considerando a pesquisa como estratégia de aprendizado para ambos, professor e aluno. A professora P2 também manifestou a sua opinião sobre a pesquisa no ato de ensinar e afirmou que a pesquisa é importante, pois é através dela que o profissional tende a enriquecer seus conhecimentos. Porém, a mesma afirmou que não teve a oportunidade de fazer uma pós- graduação devido a alguns problemas pessoais. As professoras P3 e P4 não fizeram nenhum comentário sobre a pós-graduação.


2.6 Segunda Etapa do Questionário: “A experiência docente”

QUADRO 2
Experiência docente
Professores
Tempo de Experiência na Docência
Série ou Ano com que Trabalha
Tempo de trabalho com essa série ou ano
P1
Mais de 20 anos
4º Ano
4 anos
P2
Mais de 20 anos
4º Ano
1 ano
P3
15 a 20 anos
4º Ano
12 anos
P4
Mais de 20 anos
4º Ano
5 anos
Fonte: Questionário Aplicado no mês de Abril / 2012


Diante do Quadro 2, nota-se que a maioria das docentes questionadas possui mais de 20 anos de experiência na docência, isto é, muita experiência na área da educação. Todas as docentes trabalham no 4º ano do Ensino Fundamental e o tempo de trabalho das docentes no 4º ano varia de 1 a 12 anos.
As quatro professoras relatam que não têm preferência particular em trabalhar com outras séries, uma vez que estão aptas a trabalhar com qualquer série inicial do Ensino Fundamental.
Ao perguntar: Qual a sua relação (docente) com a disciplina de matemática? Assim responderam:
P1: “A minha relação com a disciplina de matemática é muito boa, pois é a disciplina que os alunos mais participam”.
P2: “Boa. É um ato de profissionalismo e adoto a disciplina de matemática como qualquer outra disciplina que possa merecer minha dedicação”.
P3: “Domino todas as atividades aplicadas do 1º ao 5º ano”.
P4: “Não é uma disciplina que posso dizer ter afinidade, mas compreendo a sua importância.”

Com base nas diversas respostas das docentes, percebe-se que a maioria tem uma boa relação com a disciplina. A profissão do professor exige que ele saiba os conteúdos referentes às disciplinas e como trabalhá-los, independente se têm ou não uma boa relação com a disciplina.


2.7 Terceira Etapa do Questionário: “A prática metodológica dos docentes em relação à dificuldade de aprendizagem dos alunos em Matemática”


O planejamento das aulas tende a nortear o aprendizado do aluno, visto que o professor eficiente e eficaz planeja suas aulas de acordo às necessidades dos alunos, usando técnicas e atividades que possam proporcionar uma situação favorável à aprendizagem desses. Segundo Piletti (2001, p. 44), “O professor executa o que planejou, (...) e todas as atividades visam orientar o aluno para alcançar os objetivos propostos”. Dessa forma, o planejamento direciona as aprendizagens com o intuito de alcançar o objetivo desejado.
Em relação à prática metodológica, na primeira questão perguntou-se aos professores: Como acontece o planejamento das aulas de matemática? As respostas foram as seguintes:

P1: “O planejamento é feito anualmente, dividido por bimestre, depois cada professor desenvolve suas aulas de acordo com o nível da turma”.
P2: “Planejo de acordo com as vivencias da criança, buscando aliar teoria à prática”.
P3: “Meu planejamento é diário. Planejo de acordo com a matriz curricular”.
P4: “Meu planejamento é bimestral, semanal e diário”.


Fica evidente diante dos relatos acima que o planejamento é realizado diariamente. Sendo assim, o planejamento deve constituir em primeiro lugar, um instrumento para o aluno, no qual o professor estabelece com objetividade, simplicidade, validade e funcionalidade a ação educativa em matemática, cuja finalidade é contribuir com a formação do aluno em dimensão integral. Assim, as ações matemáticas educativas necessitam serem pensadas, de forma crítica e consciente, pois devem visar ao atendimento de melhoria de vida dos alunos como pessoas.
Na segunda questão perguntou-se: Quais as estratégias metodológicas e recursos que você mais utiliza na sala para trabalhar com a matemática? Assim responderam:

P1: “É utilizada aula expositiva dialogada, trabalhos em grupo, pesquisa, relatórios e trabalhos individuais”.
P2: “Materiais concretos, jogos e a matemática do cotidiano dos alunos”.
P3: “Material concreto, jogos, xérox e quadro”
P4: “Aula expositiva, exercícios, jogos e brincadeiras”

De acordo com as respostas das professoras, constata-se que é utilizado como estratégia metodológica: aula expositiva dialogada, trabalhos, exercícios e brincadeiras e como recursos são utilizados jogos e material concreto.
Percebe-se que a professora P2 trabalha envolvendo o cotidiano dos alunos. Em relação a isso, Brasil (1997, p. 25-26) comenta que:

(...) uma distorção perceptível refere-se a uma interpretação equivocada da ideia cotidiana, ou seja, trabalha-se apenas com o que se supõe fazer parte do dia a dia do aluno. Deste modo, muitos conteúdos importantes são descartados ou porque se julga, sem uma análise adequada, que não são de interesse para o aluno, ou porque não fazem parte de sua realidade, ou seja, não há uma aplicação prática imediata. Essa postura leva ao empobrecimento do trabalho, produzindo efeito contrário ao de enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.


Assim, não se deve trabalhar apenas o que está no cotidiano do aluno, deve-se desenvolver também no aluno habilidades matemáticas que serão utilizadas no seu futuro.
Na terceira questão perguntou-se: Além do serviço pedagógico da sua escola, a quais suportes pedagógicos você costuma recorrer em prol da atualização e enriquecimento na prática docente? As respostas foram as seguintes:
P1: “Utilizo a internet, principalmente o site www.colegiosantamonica.com.br, participo de cursos de capacitação e leio livros”.
P2: “Internet, livros e Revista Nova Escola”.
P3: “Utilizo sempre o Livro Linguagem Matemática”.
P4: “Para atualizar e enriquecer minha prática utilizo vários sites da Internet”.

Conforme as respostas apresentadas acima, a maioria dos professores utiliza a Internet como fonte de atualização e enriquecimento da pratica docente, alguns também utilizam livros, revistas e cursos de capacitação.
Após manterem um processo de enriquecimento e atualização de sua prática, os professores podem mais seguramente desenvolver uma reflexão diante da sua prática pedagógica, analisando todos os pontos ocorridos durante a execução de sua aula, repensando pontos positivos e negativos apresentados durante esse período.
Na quarta questão perguntou-se: Você já leu o PCN de matemática? Faça um breve comentário da importância desse material no auxilio às aulas de matemática. Os professores responderam que:

P1: “Sim. É um instrumento que ajuda nos planejamentos das aulas, para atingir as capacidades propostas do planejamento bimestral”.
P2: “Sim. O PCN de Matemática auxilia no meu planejamento. Ele é muito interessante e as estratégias me ajuda muito.
P3: “Sim. O PCN de matemática apresenta atividades claras e fáceis de trabalhar. Basta você planejar antes de aplicar”.
P4: “Sim. Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam metodologias e objetivos a serem alcançados, direcionando o trabalho do professor e servi como base para diversos materiais didáticos e para a matriz curricular”.

Conforme os relatos das professoras, nota-se que os Parâmetros Curriculares Nacionais é um instrumento importante para organizar suas ações didáticas pedagógicas na sala de aula. Com exceção da professora P3 que relata que “O PCN de matemática apresenta atividades claras e fáceis de trabalhar”, sendo que este documento não apresenta atividades propriamente ditas e sim direcionamentos pedagógicos para direcionar o planejamento do professor.
 Aos PCNs cabe a referência de ser um documento norteador das práticas na perspectiva de organização curricular nacional. Em relação à matemática, propõe-se uma discussão em relação à importância que a Matemática desempenha na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento, na agilização do raciocínio dedutivo do aluno, na sua aplicação a problemas, situações da vida cotidiana e atividades do mundo do trabalho e no apoio à construção de conhecimentos em outras áreas curriculares.
Na questão cinco perguntou-se: Quais os critérios de avaliação você costuma usar durante as aulas de matemática? As respostas foram as seguintes:

P1: “Para os critérios de avaliação costumo avaliar a participação, trabalhos em grupo, em dupla, avaliação oral e escrita”.
P2: “Participação e questionamentos. Verifico se o aluno busca estratégias do seu dia-a-dia”.
P3: “Material concreto, xérox e quadro”
P4: “Participação nas aulas e resolução de atividades”.

Desse modo, entende-se que as docentes utilizam um processo contínuo de avaliação, de acordo o desenvolvimento dos alunos diante das atividades propostas, ou seja, todas as atividades são avaliadas, identificando os alunos que mais necessitam de atenção individualizada, em suas aulas de Matemática. Com exceção da docente P3 que não explicou sobre os critérios de avaliação utilizados nas aulas de matemática, mas citou apenas alguns materiais utilizados nas aulas.
Em relação à avaliação, Piletti (2001, p. 190) afirma que:

A avaliação é um processo contínuo, (...) é um meio que permite verificar até que ponto os objetivos estão sendo alcançados, identificando os alunos que necessitam de atenção individual e reformulando o trabalho com a adoção de procedimentos que possibilitam sanar as deficiências identificadas.


Assim, com base nessa reflexão, a avaliação não deve ser considerada um diagnóstico final, mas sim como um processo avaliativo contínuo, observando a cada dia o rendimento do aluno.
Na questão seis perguntou-se: Você percebe, durante as aulas de matemática, algum aluno que expresse medo da matemática? Explique.  O professores relataram que:
P1: “Não. Muito pelo contrário, eles até gostam, porém têm muita dificuldade em resolver as atividades”.
P2: “Sim. Hoje o aluno de tanto ouvir falar que a matemática é difícil, alguns tem medo”.
P3: “Não. A maioria tem preguiça de resolver as atividades. Mas com o diálogo, as vezes consigo atingi-los”.
P4: “Não. Isso é um tabu de que a matemática é um bicho de sete cabeças, hoje acredito que pela forma mais lúdica e prazerosa de ensinar matemática, posso afirmar que é uma das disciplinas que as crianças mais gostam”.


A maioria dos professores relata que não percebe medo por parte dos alunos de aprender matemática. Porém, em relação ao medo de aprender matemática, Fragoso (2001, p. 37) comenta que: “Tal sentimento aparece-nos misturado a outros, como a indiferença, o desprezo e até o horror, o que não raro nos faz duvidar se realmente esses sentimentos, até certo ponto, são manifestados apenas para encobrir o medo”. Dessa forma, muitos alunos podem expressar o medo de aprender através do desinteresse pela disciplina.
Na questão sete perguntou-se: Quais as dificuldades que você enfrenta dentro da sala de aula para trabalhar com a matemática? Os professores relataram que:

P1: “Falta de atenção nas aulas, desinteresse dos alunos para resolver as atividades, falta a ajuda dos pais nas tarefas diárias, conversas paralelas e sala muito cheia”.
P2: “A falta de interesse de alguns alunos e a falta de material concreto”.
P3: “Indisciplina. Mas me saio bem, porque desenvolvo projeto e como tenho experiência consigo aplicar todo o conteúdo”.
P4: “O excesso de informações do mundo atual deixam as crianças aceleradas, dificultando a concentração e atenção que são requisitos essenciais para qualquer aprendizagem em especial na disciplina de matemática”.


Analisando as respostas acima, observa-se que devido às mudanças ocorridas na sociedade, os pais têm encontrado dificuldades para educar seus filhos, pois há uma grande mudança no campo moral e ético. Assim, com as novas tecnologias e os meios de comunicação, as informações têm chegado com maior rapidez e as crianças que antes obedeciam sem questionar os pais ou professores, agora se encontram mais inquietas na sala de aula. De acordo com Silva (2005), os meios de comunicação de massa, especialmente a televisão, podem ser considerados um dos grandes responsáveis pelo comportamento da indisciplina dos alunos. A forma com que a televisão tem transmitido as diversas situações de violência com total frieza e banalidade, que tem colaborado na conformidade e insensibilidade dos espectadores, além da falta de solidariedade diante do sofrimento das pessoas envolvidas.
Percebe-se também, como relata a professora P1, falta a ajuda dos pais nas tarefas diárias. Assim, a família que é a primeira instituição formadora da personalidade da criança está deixando a desejar quanto a participação na vida escolar. Para Aquino (1998), a escola e a família devem trabalhar em conjunto apesar de terem papéis distintos, pois a escola tem função de trabalhar com o crescimento sistematizado da criança, já a família tem a função de conduta, por meio da moralização de hábitos e atitudes da criança.
Na questão oito perguntou-se: Como você descreveria os seus alunos em termos de aprendizagem matemática. Os professores descreveram que:

P1: “Os meus alunos em matemática considero-os de fracos à bons, pois muitos atrapalham com conversas paralelas”.
P2: “Apresentam dificuldades, mas aos poucos conseguem desenvolver as atividades propostas.
P3: “Em relação à aprendizagem em matemática, percebo que eles têm grande dificuldade em aprender, pois eles não têm paciência para prestar atenção na hora da explicação e depois não conseguem resolver as atividades propostas”.
P4: “Apresentam um desempenho fraco”.

De acordo com as respostas obtidas, verifica-se que as opiniões são similares. Todos os pesquisados fazem referência sobre a dificuldade dos alunos em aprender matemática. Confirmando assim os resultados obtidos nas avaliações nacionais, segundo Brasil (1997, p. 23):


Resultados obtidos nos testes de rendimento em Matemática, aplicados em 1993 pelo Sistema Nacional de Avaliação Escolar da Educação Básica (SAEB), indicavam que, na primeira série do ensino fundamental, 67,7% dos alunos acertavam pelo menos metade dos testes. Esse índice caía para 17,9% na terceira série, tornava a cair para 3,1%, na quinta série, e subia para 5,9% na sétima série.


Em decorrência da dificuldade dos alunos em aprender matemática, percebe-se elevados índices de reprovação na disciplina de matemática.  Por isso é preciso buscar novas metodologias para se trabalhar com a disciplina de matemática.
 Na questão nove perguntou-se: Na sua opinião, quais são os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática? As respostas foram as seguintes:


P1: “Falta de Interesse, falta ajuda dos pais nas atividades diárias e falta dos alunos nas aulas diárias”.
P2: “Falta de interesse dos alunos”.
P3: “Falta de força de vontade dos alunos”.
P4: “Talvez seja o trabalho focado só na teoria e não partindo da vivencia cotidiana”.

Conforme as respostas obtidas, os professores acreditam que os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática estão relacionados com o aluno. Com exceção da professora P4, que acredita que está relacionado com o trabalho do professor.
Na visão dos professores, segundo Micotti (1999, p. 157):

As dificuldades ou os fracassos, em geral, são vistos como decorrentes de empecilhos, de algum modo, vinculados ao aluno – “falta de base” (grifos do autor) ou de condições para aprender, problemas familiares, deficiência mental ou cultural etc.

Dessa maneira, existem crenças ou ideias que na maioria das vezes partem dos professores que acreditam que o fracasso no ensino da matemática não provém do professor, que transmite o conhecimento, mas do aluno, que recebe o conhecimento e aprende mal. São ideias como essa que justificam e ajudam a manter o ensino tradicional.



2.8 A formação da supervisora “S1” e “S2” e a prática docente das professoras “P1”, “P2”, “P3”e “P4” nas aulas de Matemática

Antes de enfocar o questionário respondido pelas supervisoras, faz-se um breve comentário sobre a relação entre a supervisora e a professora, uma relação que não se refere a poder de autoridade, mas sim de apoio fundamental para o desenvolvimento da prática docente, uma vez que o trabalho da supervisão é fundamental ao desenvolvimento para a prática docente; desde que os mesmos busquem manter uma relação de companheirismo, trabalhando em parceria, com o objetivo de procurar soluções para os problemas que surgem no ambiente escolar, proporcionando estratégias que possam ser benéficas ao desenvolvimento da aprendizagem do aluno.
Com base nessa perspectiva, Ferreira (2002, p. 171-172) afirma que:


Não pretendemos insinuar uma relação de dependência dos professores para com o supervisor, mesmo que a intenção seja encontrar soluções mais rápidas e efetivas para os problemas de ensino aprendizagem em que se vêem envolvidos os primeiros. Nossa suposição básica é que essa orientação/ assistência somente produzirá o efeito desejado quando voltada para o desenvolvimento do professor e da autonomia.



Assim, uma das funções da supervisão é dar suporte necessário que contribua para o trabalho da prática docente com o intuito de melhorar a qualidade de ensino das professoras em relação à dificuldade de aprendizagem dos alunos. É nessa perspectiva que relato o questionário proposto às supervisoras, que devido a não autorização da publicação de seus nomes, serão tratadas por S1 e S2.
As quatro primeiras questões do questionário enfatizaram a formação e o tempo de atuação das supervisoras, que é apresentado no quadro abaixo. Sabe-se que a formação é um fator muito importante na vida do profissional, é através da formação que se pode constatar se o profissional está apto ao cargo que exerce através de um currículo bem estruturado.

QUADRO 3
Formação e Tempo de Atuação das Supervisoras S1 e S2
Supervisoras
Formação
Tempo de Atuação
Tempo de Atuação na Escola X
Número de Turmas Atendidas
S1
Licenciatura Plena
13 Anos
10 Anos
15 Turmas
S2
Pedagogia
5 Anos
5 Anos
10 Turmas
Fonte: Questionário Aplicado no mês de Abril / 2012


Conforme o Quadro 3, as supervisoras questionadas possuem graduação mas não possuem pós-graduação, o maior tempo de atuação das duas supervisoras foi na Escola X e atendem juntas 25 turmas do Ensino Fundamental.
Na questão cinco perguntou-se: Existe na escola algum projeto em desenvolvimento voltado para a disciplina de Matemática? Qual? As duas supervisoras responderam que não existe na escola nenhum projeto voltado para a disciplina de matemática, mas existem projetos voltados para a disciplina de português.
Percebe-se através das respostas das supervisoras que uma das características dominantes nessa escola é a preocupação com a alfabetização das crianças, havendo, portanto, uma maior valorização da disciplina de Português, o que leva a crer que o mais importante é aprender a ler e escrever. Entretanto, a matemática devido a sua importância na vida dos alunos, deveria também ser trabalhada na escola através de projetos envolvendo todos os alunos.
Na questão seis perguntou-se: Que suportes metodológicos a escola oferece ao professor com objetivo exclusivo de melhorar a prática docente nas aulas de matemática? Explique. As supervisoras responderam que:

S1: “Material variado, figuras geométricas, quebra-cabeça, bingos etc”.
S2: “Jogos, livros diversificados e capacitação”.

Diante das respostas das supervisoras, percebe-se que a escola oferece vários materiais concretos para ser trabalhado nas aulas de matemática e capacitação de professores que tem o objetivo de enriquecer e atualizar a prática dos professores para que os mesmos possam proporcionar aos alunos aulas de matemática prazerosas e lúdicas.
Na questão sete perguntou-se: Na sua opinião, quais são os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática? As respostas foram as seguintes:

S1: “Na maioria das vezes a dificuldade dos alunos em aprender matemática está relacionado com a maneira que a professora conduz as aulas, de forma que não motiva os alunos a aprenderem”.
S2: “Acredito que os principais fatores são: falta a utilização de materiais concretos nas aulas de matemática e falta o incentivo e ajuda dos pais nas atividades escolares”.


De acordo com as opiniões das supervisoras, os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática estão relacionados com a metodologia utilizada pelo professor que não motiva o aluno e à falta de incentivo dos pais que, muitas vezes, por terem que trabalhar, não têm tempo de ajudar seus filhos nas atividades escolares.


















CONCLUSÃO


Normalmente, a dificuldade de aprendizagem, principalmente em matemática, é assunto pouco explorado nas escolas. Por isso, é preciso levar o tema para dentro dela, não como assunto casual, mas de forma permanente, considerando as diversas dimensões da vida do aluno.
Com base nessa perspectiva é que a proposta desse trabalho foi a de conhecer os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática.
A pesquisa de campo contemplou a prática docente de quatro professoras e de duas supervisoras do 4º ano do Ensino Fundamental em uma escola estadual do município de Jaíba MG.
Os dados coletados foram apresentados a partir do referencial teórico construído no capitulo I desse trabalho e na pesquisa de campo na escola X que permitiu observar a realidade dos fatos.
No decorrer do desenvolvimento desse trabalho percebeu-se que os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática estão interligados com as metodologias de ensino trabalhadas em sala de aula que não os motivam, não interagem com a realidade e não os colocam como agentes construtores de resultados e conceitos matemáticos. Assim, os professores continuam apenas transmitindo o conteúdo e, quando o aluno não obtém o resultado, aplicam mais e mais problemas cada vez mais complexos deixando o aluno com dificuldades por não conseguir um bom desempenho.
Desse modo, conclui-se que é necessário repensar a prática docente dentro da sala de aula já que a mesma não proporciona subsídios necessários que possam favorecer o aprendizado dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental diante da dificuldade de aprendizagem em relação aos conteúdos matemáticos; visto que o mesmo é fundamental para o desenvolvimento do aluno na sociedade em que vive. É importante também que a família participe da vida escolar de seus filhos de maneira a contribuir na aprendizagem das crianças e exigir melhorias em relação ao ensino e aprendizagem da matemática. Em relação aos supervisores, cabe buscar e desenvolver junto aos professores projetos relacionados à matemática, que contribua de forma prazerosa e significativa na aprendizagem dos alunos.
Acrescenta-se, então, aos professores que querem trabalhar de uma nova maneira a Matemática, que analisem criticamente os conteúdos adotados e as diversas maneiras de trabalhá-los, aprofundando os estudos sobre este tema e outros tantos que interferem no desenvolvimento desse ensino, para que a Matemática seja vista com bons olhos e esteja ao alcance de todos os alunos. Sabemos que ensinar não é um trabalho fácil e exige muito daqueles que estão na profissão, e muitas vezes, encontram no percurso inúmeras barreiras: educacionais, estruturais, políticas e pessoais. Mas, para que ocorram mudanças é necessário buscar metodologias que realmente faça o aluno aprender com prazer e não por obrigação.
Essa pesquisa não teve a intenção de procurar nem julgar culpados, mas sim apresentar e analisar reflexões de pesquisadores e profissionais da área em relação ao referido assunto o qual servirá como objeto de reflexão e ampliação de conhecimentos.
Salienta-se ainda, que a temática trabalhada por esta pesquisa é de fundamental importância para a vida educacional, pois possibilita descobrir como se pode trabalhar melhor a disciplina de matemática para que não deixe marcas negativas no aluno.
Para a vida acadêmica dos que realizam a pesquisa se destaca como grande oportunidade de crescimento intelectual propiciando um novo olhar sobre a prática educativa, expandindo a visão de mundo e possibilitando a ampliação dos conhecimentos.


 
                                                 










REFERÊNCIAS

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__________, Ubiritan. Educação Matemática: Teoria à Pratica. Campinas, SP: Papirus, 2000.
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DUARTE, Simone Viana; FURTADO, Maria Sueli Viana. Manual para Elaboração de
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa.. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
FERREIRA, Naura Syria Carapeto, (org.), Supervisão Educacional para uma Escola de Qualidade. 3ª edição, São Paulo, SP: Cortez, 2002.

FRAGOSO, Wagner da Cunha. O Medo da Matemática. In:Revista do Centro de Educação, vol 26 – nº 2. Santa Maria, 2001
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TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais – a pesquisa qualitativa em educação. O positivismo, a Fenomelogia, o Marxismo. 16. reim. São Paulo: Atlas, 2008.






















 ANEXOS






















UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
CURSO – PEDAGOGIA

ANEXO: A

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Direcionar a atenção nos itens abaixo e em todas as ações que tem influência no assunto que estou pesquisando:

  • Caracterização dos alunos e do ambiente;
  • Postura do educador;
  • Atividades propostas e como são realizadas;
  • Comportamentos dos alunos diante das atividades propostas;
  • Metodologias e Recursos utilizados;
  • Registro das principais dificuldades enfrentadas pelos alunos na aprendizagem da matemática.





























UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
CURSO – PEDAGOGIA

ANEXO: B

Prezado professor,

Solicito que responda às questões abaixo relacionadas. Peço que suas respostas primem pela fidelidade aos fatos, pois estas são de grande valia para o trabalho que estou realizando.

Agradeço essa tão importante contribuição.

Natana Fiore Fagundes Alves

QUESTIONÁRIO

I- Identificação e formação acadêmica:
1 - Nome (opcional): ___________________________________________________________________________

2 - Sexo                      (   )Masculino          (   ) Feminino

3 - Idade:        (   ) Entre 25 e 30 anos                       (   ) Entre 30 e 40 anos
(   ) Entre 41 e 50 anos                       (  ) Acima de 50 anos

4 - Graduação em:      (   ) Pedagogia                        (   ) Normal Superior
(   ) Outra. Qual:______________________________________________________________

5 - Pós Graduação:     (   ) Sim           (   ) Não
Área da Pós Graduação:
___________________________________________________________________________

II- Experiência Docente:
1 - Quanto tempo de experiência na docência:
(   )1 a 5 anos              (   ) 5 a 10 anos                       (   ) 10 a 15 anos
(   ) 15 a 20 anos                     (   ) Mais de 20 anos
2 - Com qual série ou ano trabalha?_______________________________________________

3 - Há quanto tempo trabalha com essa série ou ano?
___________________________________________________________________________
4 - Qual a sua relação (docente) com a disciplina de matemática?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
III – Prática Metodológica dos docentes em relação à dificuldade de aprendizagem dos alunos em Matemática:
1 - Como acontece o planejamento das aulas de matemática?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2 - Quais as estratégias metodológicas e recursos que você mais utiliza na sala de aula para trabalhar com a matemática?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3 - Além do serviço pedagógico da sua escola, quais suportes pedagógicos você costuma recorrer em prol da atualização e enriquecimento na prática docente?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4 - Você já leu o PCN de matemática? Faça um breve comentário da importância desse material no auxílio às aulas de matemática.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5 - Quais os critérios de avaliação você costuma usar durante as aulas de matemática?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________6 - Você percebe, durante as aulas de matemática, algum aluno que expresse medo da matemática? Explique:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________7 - Quais as dificuldades que você enfrenta dentro da sala de aula para trabalhar com a matemática?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8 - Como você descreveria os seus alunos em termos de aprendizagem matemática?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________9 - Na sua opinião, quais são os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
CURSO – PEDAGOGIA

ANEXO: C

Prezado Supervisor,

Solicito que responda às questões abaixo relacionadas. Peço que suas respostas primem pela fidelidade aos fatos, pois estas são de grande valia para o trabalho que estou realizando.

Agradeço essa tão importante contribuição.

Natana Fiore Fagundes Alves

QUESTIONÁRIO

1 - Qual a sua formação?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________2 - Quanto tempo de atuação como supervisora?
___________________________________________________________________________3 - Quanto tempo trabalha nessa instituição?
___________________________________________________________________________
4 - Qual o número de turmas/séries, e de professores, no turno em que trabalha?
___________________________________________________________________________5 - Existe na escola algum projeto em desenvolvimento voltado para a disciplina de Matemática? Qual?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6 - Que suportes metodológicos a escola oferece ao professor com objetivo exclusivo de melhorar a prática docente nas aulas de matemática? Explique:
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________7 - Na sua opinião, quais são os principais fatores que desencadeiam e predispõem a dificuldade dos alunos em aprender matemática?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



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